Em Curitiba, Haddad anuncia que Lula ainda é candidato
Embora já seja carta fora do baralho político, Lula da Silva continua comandando o PT com mão de ferro. É uma espécie de Rasputin tropical, sem cargo e sem poderes, mas que permanece com delírios de grandeza, porque o PT se submete aos caprichos dele, como se verdadeiramente ele fosse dono do partido. Nesta segunda-feira, o virtual candidato petista Fernando Haddad teve cancelar um importante compromisso de campanha que teria em Porto Alegre, para continuar à tarde a conversa que iniciara pela manhã com Lula na cela em Curitiba e que foi interrompida para o almoço do presidiário.
Essa foi a quinta vez em 20 dias que o candidato a vice visitou o ex-presidente, o que demonstra a esculhambação carcerária em que se encontra a cela de Lula da Silva, com beneplácito da Vara de Execuções Penais.
LULA CANDIDATO – Ao contrário do que se esperava, a cúpula do PT não recebeu o aval de Lula para promover de imediato a troca na chapa presidencial petista, diante da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de decretar a inelegibilidade do ex-presidente. Pelo contrário, Lula determinou que o partido utilizasse os dez dias do prazo concedido pelo TSE e, ao invés de substituir logo a chapa, aproveitasse para recorrer à ONU e ao Supremo para tentar manter a candidatura dele.
A alegação foi de que era preciso usar os dez dias para justificar aos eleitores a substituição de Lula por Fernando Haddad, com o partido deixando claro que tentou até o fim manter Lula na disputa eleitoral.
TIRO PELA CULATRA – A estratégia de atrasar propositadamente a troca da chapa é necessária, segundo os petistas, porque só assim a transferência de votos do ex-presidente para o ex-prefeito seria mais eficaz. Sonhar não é proibido, mas quem garante que isso vai dar certo ou será mais um tiro no pé?
É claro que não vai dar certo, porque o eleitor petista precisa saber logo o que está acontecendo, para não ficar na ilusão de que Lula voltará a ser presidente. Quanto mais demorar, pior
Além disso, o recurso extraordinário ao Supremo não tem como prosperar, pois não há fato novo no processo (ou fato superveniente, como dizem os juristas). A única novidade é a mensagem enviada ao governo por apenas dois dos 18 integrantes do Comitê de Direitos Humanos da ONU, documento que tem o mesmo valor de uma nota de três dólares, conforme o ministro Luís Roberto Barroso provou às escâncaras no julgamento do TSE.
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