Comunidades alegam que falta atenção para saúde indígena.
Funai promete reunião com MPF para discutir situação.
Indígenas denunciam abandono da Casai em
Paragominas, PA (Foto: Reprodução/TV Liberal)
Índios das etnias tembé, tekohaw e outras 13 etnias da reserva Alto Rio
Guamá continuam impedindo a saída de técnicos da Funai e da Secretaria
Especial de Saúde Indigena (Sesai) da aldeia Cajueiro, que fica a 120 km
do município de Paragominas, no sudeste do Pará. Segundo as lideranças
indígenas, os seis técnicos são mantidos na tribo como forma de protesto
pelas condições de atendimento de saúde das tribos da região. Segundo a
Funai, uma reunião marcada com o Ministério Público Federal irá
discutir a questão nesta sexta-feira (28) para, após o diálogo, tentar a
liberação dos técnicos.Paragominas, PA (Foto: Reprodução/TV Liberal)
"Eles (os técnicos) não saem por motivo de requisitarmos melhoria na saúde. Estamos revoltados e queremos ver se chamamos atenção para ter uma resposta. É um abandono e um desprezo. A gente não prendeu os técnicos, mas nos unimos a eles para chamar atenção do representante do distrito", explica Reginaldo Tembé, uma das lideranças da tribo Cajueiro, que tem 254 índios.
Além dos tembé, outras tribos também alegam serem prejudicadas pela situação da saúde indígena no Pará. Sérgio Muti, da tribo tekohaw, disse que a casa de passagem que auxiliar os índios em Paragominas está precária, e alega que os índios, quando são atendidos, não tem dinheiro para comprar os medicamentos.
"Nós jogamos as receitas fora, porque não tem como comprar os remédios", lamenta Muti. "A precariedade é de modo geral. Estamos com uma dificuldade muito grande para conseguir remédios especializados. O governo não dá, e o cacique precisa comprar quando o médico prescreve, mas os remédios são muito caros", desabafa.
Segundo os índios, os técnicos devem ser liberados após a tribo se reunir com representantes da Funai e do MPF. "Estamos indo para encontrar a procuradora de Paragominas, e depois liberamos eles", explica Reginaldo Tembé.
Segundo a Funai, os servidores da Funai e da Sesai estão sendo bem tratados na aldeia. "Falei com eles, um servidor disse que todos estão sendo bem tratados, apenas impedidos de sair", disse Valdeci Tembé, da coordenação técnica da Funai.
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