MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Problemas de estrutura afetam mais de 10% das escolas estaduais do RS


Infiltrações, rede elétrica e prédios danificados refletem educação no estado.
Das 35 escolas estaduais de Santa Maria, pelo menos 23 não têm alvará.

Do G1 RS

Pelo menos 300 escolas vão retomar as aulas com problemas de infraestrutura (Foto: Reprodução/RBS TV)Pelo menos 300 escolas vão retomar as aulas com problemas de infraestrutura (Foto: Reprodução/RBS TV)
A volta às aulas de mais de 1 milhão de alunos nesta segunda-feira (24), na rede pública estadual do Rio Grande do Sul, reflete problemas na estrutura do ensino gaúcho. Segundo a Secretaria de Educação, pelo menos 300 das 2.570 escolas estaduais retomarão as atividades com problemas de infraestrutura, o que representa mais de 10% do total.
 Na Escola Estadual Ulisses Cabral, em Antônio Prado, na Serra, as salas e corredores estão cheios de baldes, como mostra reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja no vídeo ao lado). O prédio está tomada por goteiras. O forro de madeira, que tem mais de 80 anos, já está ondulado por causa das infiltrações. No andar de baixo, mais problemas. A biblioteca já virou quase um depósito de móveis velhos. O local está interditado há três anos pelas más condições.

"A gente teve de transferir a biblioteca para outra sala e está fechada desde 2011. Está fazendo falta um espaço para liberarmos sala de aula para o ensino politécnico", reclama o vice-diretor da escola, Marcelo Etcheverria.
Na época, os pais se disponibilizaram a pagar pela reforma, mas a Coordenadoria de Educação não autorizou por se tratar de um prédio público. "Nós tínhamos caixa através das promoções da escola para fazermos as obras, mas se não pode, qual alternativa se tem?", questiona o pai de uma aluna, Cesar Cony.
Além da biblioteca, outra parte na frente da escola também está interditada. O motivo é a situação precária da marquise, que fica na lateral da estrutura. A estrutura tem rachaduras e corre o risco de desabar. Segundo a Coordenadoria de Educação, a única reforma prevista é a da biblioteca. Enquanto isso, os pais decidiram agilizar a reforma da parte elétrica.
"Estamos fazendo a restauração da parte elétrica, que é muito antiga e perigosa. Recebemos 20 computadores do Ministério da Educação e não temos onde por", diz Maria Odete Scopel, presidente do Conselho de Pais e Mestres.
 Os transtornos se repetem em outras regiões. Em Bagé, na Campanha, a Escola Estadual Justino Quintana está interditada desde agosto do ano passado e, nesta segunda-feira, os 1,5 mil alunos ainda não têm uma definição para o ano letivo. O projeto de reforma da escola foi aprovado, mas a empresa responsável pela obra ainda não foi escolhida.
Por enquanto, os alunos iniciam o ano de estudos em locais improvisados. "As aulas recomeçam nos prédios alternativos, onde os alunos estão recebendo as aulas. A estimativa é que em todo ano de 2014 eles estarão nesses prédios. Nossa estimativa é que em fevereiro já saia a licitação para a reforma do prédio da escola", reitera Nádia La bella, coordenadora regional de educação.
A 17ª Coordenadora Regional de Educação, responsável pela Região da Campanha, registrou queda no número de matrículas neste ano, mas nenhuma das 69 escolas fechou as portas. Há dois anos, 25 mil alunos estavam matriculados nas escolas estaduais. Em 2014, 23 mil alunos fizeram a matrícula. As escolas da Zona Rural são as que apresentam maior queda no número de estudantes.
Das 35 escolas de Santa Maria, 23 não têm alvará
Já em Santa Maria, na Região Central, um ano depois da tragédia na boate Kiss, que matou 242 pessoas, a maioria das escolas estaduais ainda não tem Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). Um levantamento feito pela 8ª Coordenadoria Regional de Educação aponta que, das 35 escolas estaduais do município, 23 não têm o alvará. Cinco dessas instituições nem chegaram a enviar aos bombeiros o PPCI. Mesmo assim, todas os locais abrirão as portas nesta segunda-feira e receberão os estudantes.
Outro impasse da Região Central envolve um dos maiores colégios estaduais da cidade: o Cilon Rosa, com mais de 1,3 mil alunos. A escola ameaçou atrasar o início do ano letivo na semana passada se a obra em um muro que estava desabando não começasse. Na última quinta-feira (20), a estrutura foi demolida para a colocação de uma tela provisória no entorno do colégio. Para evitar a movimentação de alunos durante as obras, os períodos de aula serão reduzidos. A construção de um novo muro está em processo de licitação e deve ser realizada no meio do ano.
Em Rio Grande, na Região Sul, em uma das escolas, a reforma está orçada em R$ 2,5 milhões e, até agora, apenas o muro e um dos lados do prédio já estão prontos. O caso mais grave é o da Escola Alfredo Rodrigues, no Povo Novo. Em outubro de 2012, parte do prédio foi demolido por causa das obras de duplicação da BR-392. Salas emergenciais foram instaladas, mas até agora uma estrutura completamente nova ainda não saiu do papel, e está em fase de licitação.
A Coordenadoria Regional de Educação garante que as aulas não serão prejudicadas no local. Na rede municipal, algumas escolas seguem em reformas, entre elas, o Colégio Clemente Pinto. As obras começaram ano passado, mas diferentemente de 2013, desta vez, o começo das aulas não foi adiado.
Em Cruz Alta, a situação mais preocupante é na Escola Margarida Pardelhas. Os 1,1 mil alunos vão enfrentar a mesma situação precária do ano passado: problemas na infraestrutura do prédio principal da escola.
O prédio corre risco de desabamento e a solução é demolir a estrutura. Por causa disso, neste ano, os estudantes vão ser remanejados para as salas anexas ao prédio e para a Universidade de Cruz Alta.
 Enquanto isso, na Região Noroeste, em Santa Rosa não há problemas de infraestrutura e nem de falta de professores. A volta às aulas está dentro da normalidade.
O que alguns professores reclamam é da quantidade de estudantes em sala de aula, considerada alta. Em determinados casos chega a 40 alunos. O destaque das escolas estaduais da região é que muitas oferecem cursos técnicos, como agropecuária, publicidade, mecânica, informática, administração e gestão empresarial.
Em São Borja, na Fronteira Oeste, a Escola Aparício Silva Rillo está sem energia elétrica desde o início do ano. O problema foi causado pela queda de um transformador dentro da escola. As aulas que começariam nesta segunda-feira estão suspensas para mais de 600 alunos.
A 35ª Coordenadoria Regional de Educação estuda viabilizar a instalação de um gerador de energia elétrica para amenizar o problema.

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