Regina Célia Carrandine, de 37 anos, atua na rodoviária em Piracicaba.
Em meio a dezenas de homens no ofício, ela não liga para xingamentos.
Regina trocou escritório de telefonia para ser motorista de táxi em Piracicaba (Foto: Thomaz Fernandes/G1)
Regina Célia Carrandine, de 37 anos, é uma das poucas donas de táxi em Piracicaba
(SP). Condutora de um Renault Logan no Terminal Rodoviário
Intermunicipal, ela contou que o fato de ser mulher em uma função
predominantemente masculina traz mais vantagens que problemas. Apesar de
atuar cercada por mais de uma dezena de homens, ela diz que o número de
clientes preconceituosos é infinitamente menor em relação à parcela que
confia no seu trabalho atrás do volante."Tem muita gente que gosta mais de mim por ser mulher. Hoje em dia é raro receber um xingamento no trânsito pelo fato de não ser homem. Primeiro porque sempre dirigi bem, desde o início da adolescência. Segundo que eu nem reparo nessas coisas, ligo o ar-condicionado e dou bastante risada", disse Regina.
Em meio aos companheiros de trabalho, Regina
cuida e é cuidada (Foto: Thomaz Fernandes/G1)
Ela dirige há quatro anos, mas possui o táxi há cinco e tinha um
funcionário que atuou como motorista durante o primeiro ano. Um ano
depois de comprar o ponto, Regina foi demitida da empresa telefônica
onde trabalhava e, no mesmo período, seu assistente sofreu um ataque
cardíaco. "Eu me vi sem dinheiro e com dois filhos para criar. Não
pensei duas vezes em assumir o volante. Hoje eu trabalho das 7h às 15h e
no resto do dia tenho um colaborador."cuida e é cuidada (Foto: Thomaz Fernandes/G1)
Ciúmes de pai
Filha de taxista, Regina conta que o pai ainda hoje se preocupa com o ofício. "Na época ele não queria que eu trabalhasse com táxi nem em sonho. Dizia que não era seguro pra mim e até hoje é assim. Ele já confia mais em mim, mas ainda me liga o dia inteiro e até dá bronca se for em uma viagem longa sem avisá-lo. Na minha opinião, ser homem ou mulher não faz a diferença para um assaltante", disse.
No ponto, ela cuida e é cuidada. Os mais antigos até a protegem das cantadas que surgem no dia a dia. Ao mesmo tempo, ela é a pessoa que reclama das camisas desabotoadas até a barriga e tenta melhorar a aparência dos companheiros de serviço. "Eu passo o dia abotoando a roupa de todo mundo. Acho feio camisa aberta, os clientes reclamam e eu pego no pé. No mais, só dou risada com as histórias de todos."
Agora uma taxista experiente, Regina conta que até ajuda quando surgem dúvidas sobre endereços e nomes de rua. Quando perguntada se voltaria a trabalhar dentro de um escritório de telefonia, ela é taxativa em rejeitar a possibilidade de largar o volante.
Achei bastante interessante a coragem e determinação da taxista Regina Carrandine. Ser taxista é uma profissão como qualquer outra.Parabéns!
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