Ação é para evitar mortes, segundo a Defesa Civil Estadual e Municipal.
Nível no rio, neste domingo, chegou a 18,33m, mas reduziu para 18,30.
São
Carlos, distrito de Porto Velho no Baixo Madeira, é um dos locais mais
atingidos pela cheia, segundo a Defesa Civil (Foto: Corpo de
Bombeiros/Divulgação)
O nível do Rio Madeira continua subindo, superando marcas históricas e deixando fora de casa mais de 1,6 mil famílias, em Porto Velho
e nos 14 distritos da capital, entre desabrigados e desalojados.
Segundo o Corpo de Bombeiros, na aferição feita às 6h30 deste domingo
(23), a cota chegou a 18,33 metros, mas, por volta das 9h, reduziu para
18,30 metros. Por conta da cheia histórica, a Defesa Civil Estadual deve
remover cerca de 530 famílias (quase metade da população) dos distritos
e localidades do Baixo e Médio Madeira, em Porto Velho. Algumas delas
serão levadas para Porto Velho, onde devem ser abrigadas.De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiros, Lioberto Ubirajara Caetano, coordenador da Defesa Civil Estadual, a intenção é evitar mortes e, para isso, faz-se necessário a remoção destas famílias. Nos locais estão sendo construídos novos abrigos e o coronel frisa que as pessoas que tiverem condições de ir para casa de parentes ou amigos, serão levadas. "Estamos trabalhando com medidas preventivas. A nossa intenção é que elas fiquem nos distritos, em casa de amigos, parentes ou nos próprios abrigos que estão sendo construídos", afirma o coronel.
Um dos locais mais atingidos pela cheia histórica do Rio Madeira é São Carlos, distrito de Porto Velho localizado no Baixo Madeira, distante cerca de quatro horas de barco, para onde a Defesa Civil Municipal, acompanhada de psicólogos e assistentes sociais da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) segue neste domingo (23). A viagem de retorno a Porto Velho dura cerca de sete horas, por conta do curso do rio. No distrito, muitas famílias já estão desalojadas, mas a Defesa Civil não soube precisar o número exato atingidos.
Água do Rio Madeira invade distritos (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
A servidora da Defesa Civil Municipal Séfora de Brito, explica que em
muitas situações é preciso convencer as pessoas a saírem de casa. "Elas
resistem, ficam sempre na esperança de que o rio vai baixar, mas isso
não está acontecendo", diz Séfora.Esta é considerada a marca histórica do nível do Rio Madeira, que há mais de 30 dias não apresenta sinal de estabilização ou diminuição da cota. De acordo com a Sala de Gerenciamento de Crise, formada pela Defesa Civil Estadual e Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Aeronáutica, Polícia Rodoviária Federal, Exército, Sistema de Proteção da Amazônia e Ministério Público Estadual, as famílias que tiveram a casa atingida pelas águas do rio foram levadas para abrigos ou casa de parentes.
Para não deixar o estado do Acre desabastecido, já que a única via de acesso terrestre - a BR-364 - está inundada, uma das três balsas que fazem a travessia sobre o Rio Abunã, distante cerca de 230 quilômetros de Porto Velho, será recuada para a comunidade Velha Mutum, também na BR-364, que permanece interditada por determinação do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre e PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Já em Porto Velho são muitos os reflexos da cheia. O preço do combustível teve aumento, que foi atribuído à cheia por alguns motoristas. E apesar, que o sindicato da categoria negar, já começa a faltar combustível nos postos da capital. Quando o Rio Madeira atingiu a cota de 17,75 metros, na terça-feira (18), uma distribuidora de gás de cozinha disse, em nota, que caso o nível continue subindo, Rondônia e Acre podem ter o abastecimento de gás prejudicado. Além disso, a Associação Comercial de Rondônia já contabiliza a queda de 18,5% nas vendas.
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