Segundo figurinista de luxo, peças têm penas, cristais e ouro.
Materiais são trazidos da África, da Aústria e de Nova York.
Peças de luxo usam cristais Swarovski e acabamento digno de joia (Foto: Clara Velasco/G1)
Algumas fantasias usadas por musas e destaques no carnaval de São Paulo
se tornam "joias de vestir" ao receber materiais finos e caros, como
penas africanas, cristais Swarovski e ouro. Neste meio de luxo, apenas
os grandes destaques das escolas de samba conseguem bancar os trajes,
que podem custar até R$ 100 mil.Segundo Oliveira, uma pedrinha pequena pode custar até R$ 25. “Imagina que a gente pode usa mais de mil pedras em uma roupa. Tem fantasia que chega a levar até 60 mil pedrinhas, então às vezes pegamos alguma de valor mais baixo. Mesmo assim, um pacote com mil pedras de cristal Swarovski fica entre R$ 300 e R$ 400”, diz.
Quanto às penas, apenas uma pode custar de R$ 25 a R$ 150. Para fazer um costeiro, por exemplo, o figurinista pode usar até mil penas. Se a pena usada for a mais barata do mercado, a peça vai custar R$ 25 mil – sem contar as pedrarias que podem estar incrustadas na base e nas próprias penas.
Outras fantasias, como a da rainha de bateria da Vai-Vai, Camila Silva, têm partes banhadas a ouro. Ela terá mais de 40 mil pedras de cristal Swarovski e custará aproximadamente R$ 65 mil. “A missão de fazer a fantasia da Camila tem responsabilidade dobrada. Exige cuidado para que não atrapalhe o desempenho dela na avenida e não pode fazê-la perder o ar de diva”, comentou Oliveira.
Bruno abriu seu ateliê de luxo em 2007 (Foto: Clara
Velasco/G1)
Ateliê de luxoVelasco/G1)
Para o figurinista, o alto preço do material tem o lado positivo de valorizar as peças. “Uma escola não consegue colocar penas em uma fantasia de ala. Elas são usadas apenas nas fantasias de luxo. Se chegassem baratas, iam virar uma coisa comum”, diz.
Envolvido no carnaval paulistano desde criança, Oliveira abriu seu atelier em 2007 com o objetivo de manter um padrão de alto nível e sofisticação para as fantasias de carnaval. “Brinco que as fantasias podem custar de mil a R$ 100 mil. Mas as de mil eu não faço”, diz. Ele trabalha com uma equipe de 10 pessoas, que chega a subir para 15 em época de carnaval.
O trabalho começa no fim do ano, quando os desenhos das fantasias feitos pelos carnavalescos chegam ao ateliê. “A partir disso, tem o processo de laboratório de material e de medidas. A confecção começa em dezembro, mas em janeiro se intensifica por causa das provas finais”, conta Oliveira.
Alguns materiais têm que ser encomendados com antecedência para chegar a tempo. Pedras encomendadas em novembro de 2012, por exemplo, apenas chegaram ao atelier em janeiro deste ano. Depois de entregues, algumas penas, como as de faisão albino, ainda recebem tratamento de coloração e aplicação de pedras – o que encarece cada item.
Esse processo, que Oliveira chama de “desconstruir para reconstruir”, faz parte do trabalho do carnaval. Algumas musas e destaques chegam a reutilizar as penas dos anos anteriores por causa do preço alto. “O carnaval não tem muitas alternativas. É pena, é pedra, então vai da sua criatividade, de buscar algum material inusitado, para criar algo diferente para o carnaval deste ano”, diz o figurinista.
Cristais Swarovski e penas africanas são importados e diversos lugares do mundo para enfeitar fantasias (Foto: Clara Velasco/G1)
De olho na fantasiaPara garantir que o resultado fique de acordo com as suas vontades, as musas geralmente acompanham de perto a confecção das fantasias. A madrinha de bateria da Unidos de Vila Maria, Elen Pinheiro, terá a fantasia toda pink, com valor estimado em R$ 100 mil. “Estou acompanhando tudo. Ela vai ser bem diferente, rica em penas e pedras. Só de penas terá R$ 30 mil, todas importadas”, comentou.
A sandália será coberta por cristais Swarovski pequenos, todos pink. Quanto ao tamanho, “não será muito grande”. “Mas vou ficar de olho, pois não quero que fique vulgar. Tem que ficar bem bonita”, determina.
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