Polícia ouve envolvidos em suposto caso de formol em lavagem intestinal

Paciente teve que fazer retirada de parte do intestino após procedimento.
Mulher está internada na UTI da Santa Casa de São Sebastião do Paraíso.

Do G1 de Sul de Minas

A Polícia Civil começou a ouvir nesta segunda-feira (28) funcionários envolvidos no suposto caso onde formol teria sido usado por engano no lugar de vaselina na lavagem intestinal de uma paciente. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Rosaine Cecílio, membros da direção da Santa Casa de São Sebastião do Paraíso (MG) foram ouvidos.
No dia 15 de maio, a dona de casa Luzia Maria Coelho Viana de 47 anos deu entrada no hospital para um exame urológico e precisou passar por uma lavagem intestinal. Porém, a paciente teve uma grave reação após o procedimento e foi internada na UTI. Devido às complicações, Luzia teve que passar por uma cirurgia para a retirada de parte do intestino no dia 18.

Segundo os médicos, a substância correta para ser usada em uma lavagem intestinal é a vaselina. Porém, um dos enfermeiros que estava no local na hora do procedimento sentiu um cheiro que lembraria formol. A direção da Santa Casa informou que os três funcionários envolvidos no atendimento da paciente foram afastados dos cargos até a conclusão do inquérito.
O marido de Luzia, Noeno Ramos Viana, acompanhou a esposa na lavagem e também disse que sentiu um cheiro semelhante a formol durante o procedimento.
Segundo o advogado da família da paciente, Lister Borges, a preocupação agora é com as possíveis sequelas no pós-operatório. “O casal não tem condições financeiras de manter os cuidados com a saúde da paciente. Se for comprovado o erro médico vamos entrar com pedido de indenização para suprir esses possíveis gastos”, afirma.
O frasco com a substância utilizada na lavagem e uma amostra de um exame da paciente foram encaminhados para o Instituto Valéri, em Ribeirão Preto (SP). A análise para apurar a causa do problema deve ficar pronta nos próximos dias.