Máquina apelidada de 'Tiranossauro' faz combustível a partir de lixo em SP

Máquina tritura mil toneladas de lixo domiciliar por dia.
Ideia é que parte do lixo da região se torne combustível usado na indústria.

Do G1 SP

 Uma máquina de transformação de lixo foi importada pela empresa que administra o aterro de Paulínia, no interior de São Paulo. Ela foi apelidada de Tiranossauro por seu formato e pela disposição de cada parte do equipamento, e, principalmente, por causa da fúria com que tritura tudo o que é colocado em seu interior.
A ideia é transformar parte do lixo de 33 cidades da região em Combustível Derivado de Resíduos (CDR), que pode ser usado na indústria. “Podemos usar nas fábricas de cimento, podemos usar para produção de vapor, nós podemos usar nas indústrias de papel, enfim, em tudo aquilo que necessite de calor no seu processo”, diz Pedro Stech, diretor de Meio Ambiente e Novas Tecnologias da CGR Paulínia.
Mil toneladas de lixo domiciliar alimentam o Tiranossauro diariamente. Os sacos passam por um primeiro triturador. Depois, uma peneira separa os resíduos pequenos que não serão reaproveitados, como terra e restos de comida.

O que continua na máquina vai para a boca do Tiranossauro. Enquanto o dispositivo trabalha, tudo treme. São colocados, em uma etapa posterior, resíduos maiores, como móveis velhos. Depois da trituração final, tudo sai em pedacinhos.
Do total de 1 mil toneladas, 580 toneladas são matéria orgânica que vai, triturada, para o aterro; 20 toneladas são metais que podem ser reciclados na indústria; e 400 toneladas são transformadas em CDR.
Apesar do investimento de R$ 45 milhões para trazer a máquina, o que o Tiranossauro digere ainda não alimenta a indústria. “Os técnicos ainda não conheciam esse tipo de material. Estamos, nesse momento, fazendo trabalho de licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental”, afirma Stech. Só quando conseguir as licenças da Cetesb, a empresa dona do Tiranossauro poderá vender o combustível derivado de resíduos.