MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 11 de março de 2023

Abalo no mercado sinaliza que taxa Selic vai recuar mais cedo do que se pensava

 



Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)

Pedro do Coutto

Os juros da Selic, na base de 13,75% ao ano, devem recuar na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional como reflexo do abalo que atinge o mercado financeiro. Renan Monteiro e Vítor da Costa, em reportagem no O Globo desta sexta-feira, focalizam o tema, acentuando que também influi para essa decisão a crise das Lojas Americanas que despertou uma insegurança nas aplicações do mercado de capitais. Os bancos elevaram as suas provisões, o que atingiu o valor dos ativos no mercado de títulos privados.

Para os analistas, o episódio reforça a percepção de que o Banco Central pode começar a reduzir a taxa Selic. A crise das Lojas Americanas causou um recuo na colocação de debêntures, que são títulos de crédito privado, recurso de empresas para obtenção de capital. Esse mercado de títulos privados em janeiro atingiu R$ 18,6 bilhões, mas em fevereiro o movimento recuou para R$ 6,6 bilhões.

ONDA DE RESGATE – A reportagem cita notícias divulgadas pelo Bloomberg apontando uma onda de resgate no sistema de crédito privado e também segundo o Itaú BBA, investidores retiraram R$ 66 bilhões líquidos dos fundos de aplicação. O caso das Americanas produziu incerteza e desconfiança, sobretudo porque o problema era antigo e somente veio a público no mês de janeiro deste ano.

A redução da Selic influi para reduzir os juros que o governo brasileiro paga pela rolagem da dívida interna na escala de R$ 6 trilhões. O Estado de S. Paulo focaliza a crise do crédito e também o seu reflexo provável na taxa Selic através de reportagem de Cícero Cotrim e Thaís Barcelos, edição também de sexta-feira.

INADIMPLÊNCIA –  O tema da inadimplência, que envolve 70 milhões de brasileiros e brasileiras, retorna ao noticiário em reportagem de Márcia de Chiara e Luiz Guilherme Gerbelli, o Estado de S. Paulo, na média de R$ 4.600 por pessoa envolvida no mar das dívidas. O aumento da inadimplência começou em setembro de 2021 e vem crescendo  num ritmo que supera o da inflação, mas que se agravou com a inflação de 10,2% encontrada pelo IBGE para o exercício daquele ano em que o endividamento atingia 62 milhões de pessoas.

O endividamento se eleva ao total de R$ 245 bilhões. As principais fontes de endividamento, como não poderia deixar de ser, são os cartões de crédito e os cheques especiais. Ambos, inacreditavelmente, cobram juros anuais estratosféricos de 401%, o que torna impossível, na prática, o resgate das dívidas.

RECUO – Reportagem de Mauro Zafalon, Folha de S. Paulo, revela que as produções tanto do arroz quanto do feijão recuaram em 2022. E, por isso mesmo, também uma rotina, os preços nos supermercados subiram 20% de ambos os produtos. Interessante os fenômenos que ocorrem em nosso país. Se a produção diminui, os preços avançam para que os supermercados possam fazer uma seleção de compradores com base em seu poder aquisitivo.

Mas quando a produção cresce, os preços sobem também e as desculpas repousam nas exportações. No caso do arroz, entretanto, a produção anual, que era de 6,8 milhões de toneladas, recuou 9%. Os preços dos supermercados são uma referência fundamental para se medir, de fato, o verdadeiro grau de inflação que atinge sobretudo as faixas sociais de menor renda.

CASO DAS JOIAS –  O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque sejam convocados a depor no inquérito relativo ao segredo das joias da Arábia Saudita e, ao mesmo tempo, estabeleceu que Bolsonaro fica proibido de usar as joias recebidas, no caso a caneta, as abotoaduras e o terço, que levou consigo, conforme ele próprio declarou, ao deixar o Palácio da Alvorada. Aliás, incluiu-se também um relógio.

Com base num parecer do procurador-geral da União, Augusto Aras, Bolsonaro torna-se responsável pelas peças na qualidade de fiel depositário até a deliberação final do TCU. Não poderá dispor ou alienar qualquer peça, e o conjunto que chegou em suas mãos terá que ser incorporado ao patrimônio da União. O ministro Augusto Nardes quer que o ex-ministro Bento Albuquerque diga quais foram os presentes recebidos e como foram trazidos em sua bagagem até o Brasil.

O episódio vem causando forte desgaste ao ex-presidente Jair Bolsonaro e também ao almirante Bento Albuquerque. Tanto que segundo matéria de Bela Megale, O Globo de ontem, mais uma vez, Bento Albuquerque deverá mudar a sua versão sobre as joias.

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