Na
madrugada da última quinta-feira (24), após semanas de tensão, a Rússia
iniciou ataques por terra, mar e ar no território da Ucrânia. O ataque
aconteceu dias depois do presidente russo Vladimir Putin ter reconhecido
a independência de duas importantes províncias separatistas do leste
ucraniano: Donetsk e Luhansk.
Em
entrevista para uma rádio de Salvador, o doutor em Ciências Políticas e
Gerente dos cursos de Direito da Rede UniFTC, Edson Medeiros, apontou
que também houve outros motivos para a Rússia iniciar os ataques, entre
eles a possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan).
"A
Ucrânia é um ponto estratégico para a Rússia porque acaba virando um
corredor. Para que os inimigos cheguem, por exemplo, vai ter que passar
pela Ucrânia. No momento que a Ucrânia virasse membro da OTAN, em vez
dos inimigos passarem mais de 1800 km, passariam só 600 km.
Geopoliticamente não é muita coisa", explica Edson.
Além
disso, o especialista também cita a ambição expansionista e
revisionista de Putin, que quer aumentar o seu poder de influência na
região. "A Rússia de Putin tem este projeto de expansão. Sempre gosto de
lembrar que Relações Internacionais tem apenas duas possibilidades: ou é
cooperação ou é conflito. Não existe meio termo", pontuou durante
entrevista para rádio.
Relação de tensão entre Rússia e Ucrânia é histórico
Vale
destacar que os conflitos envolvendo Rússia e Ucrânia não são novos. A
Ucrânia é uma ex-república soviética, tem laços sociais e culturais com a
Rússia, e o russo é amplamente falado por ucranianos. Desde 1991, com o
fim da União Soviética, a Ucrânia é um país independente.
Quando
os ucranianos depuseram seu presidente pró-Rússia no início de 2014,
Moscou anexou a península da Crimeia, no sul da Ucrânia. Nesta região, o
carvão é um dos produtos mais comercializados e produzidos, com
indústrias altamente desenvolvidas, além de metalúrgicas e empresas
diversas. "Pensando na história, em 1954, a Rússia entregou a Crimeia
para a Ucrânia e essa mesma Crimeia foi 'tomada de volta' motivo de
guerra em 2014. Quando chega para Ucrânia que ela perdeu a Crimeia,
começa um processo de se restabelecer, armar e treinar a população",
finaliza Edson Medeiros.
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