Queda na ocupação das UTIs e em outros indicativos da covid na capital baiana traz expectativas de melhora para estabelecimentos altamente impactados pela crise sanitária
Foto: Reginaldo Ipê
Por Lily Menezes
Com os inúmeros atrativos que Salvador tem a oferecer, não é difícil imaginar que os setores de turismo e entretenimento estão entre os mais prejudicados com a pandemia. As medidas restritivas para proteção à vida fizeram a receita de bares, restaurantes e outras atividades de convivência despencarem, e muitos precisaram fechar as portas. Porém, enquanto o anúncio da realização de um evento-teste no Centro de Convenções pela prefeitura da capital divide opiniões entre a população, a possibilidade de retorno gradual às atividades parece ser uma luz no fim do túnel para os estabelecimentos que amargaram prejuízos, especialmente com a permanência de Salvador como um dos destinos mais desejados para o pós-pandemia. A flexibilização dos protocolos se torna viável por conta da melhora nos números da Covid-19 em Salvador e na Bahia como um todo; desde o dia 30 de junho, foi implementado um grupo de trabalho para elaborar um cronograma de retomada do turismo.
Os boletins da Secretaria de Saúde do município mostram a manutenção da queda na ocupação das UTIs exclusivas para a doença desde o dia 25 de junho, principal dado levado em conta para determinar as medidas que entrarão em vigor. Até o fechamento desta edição, a capital baiana registrava 60%. O presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Bahia (Abrasel-BA) Luiz Henrique do Amaral espera que o setor consiga se reaquecer e os estabelecimentos da categoria possam funcionar em plenitude. “Houve um impacto desproporcional sobre o segmento de bares e restaurantes”, lamentou. Para que a retomada seja vantajosa, ele defende a ampliação do horário de funcionamento e a liberação da venda de bebidas nos locais que obedeçam aos decretos.
“Não abraçamos quem não respeita o protocolo. É uma parceria, o setor precisa oferecer ambiente seguro, seguir os protocolos que foram construídos em conjunto, e do outro lado o estado fiscalizando para punir quem não cumpre as medidas”, assinalou o gestor da regional da Abrasel. Já Luciano Lopes, presidente da seção baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis (ABIH-BA), vê o avanço da vacinação como um fator determinante para que o turismo possa começar a dar sinais de retorno. “Considerando que em torno de 50% da população de Salvador já tomou pelo menos a primeira dose da vacina, temos esperança de que, em breve, possamos ter sempre praias e pontos turísticos abertos”, disse o gestor para o portal Hotelier.
Para o representante do
Conselho Baiano de Turismo (CBTur) Silvio Pessoa, a criação do grupo de
trabalho já é um bom começo, pois o processo de retomada do turismo
exige um preparo mais amplo. A esperança é de que, com a melhora do
cenário, mais medidas restritivas sejam flexibilizadas. “A gente espera
que nos próximos quinze dias existam mudanças nos protocolos de
segurança para mostrar ao turista que, além de bonita, a Bahia está
aberta e receptiva”. No momento, o foco do grupo é estimular a
circulação dos próprios baianos pelas cidades do Estado, além de
continuar trazendo os turistas das regiões Sul e Sudeste. “O turista
internacional deve demorar para vir por conta dos altos números e da
imagem ruim do Brasil”, argumentou Pessoa. Para o verão, o CBTur espera
que a ocupação dos hotéis tenha um incremento de 10% em relação ao
alcançado em janeiro e fevereiro deste ano, quando as taxas foram de 50%
e 40% respectivamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário