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Rio de Janeiro, 14 de julho de 2021 – Em meio ao avanço da contaminação por Covid-19 nas unidades da Petrobrás, a gestão da empresa vem negligenciando a realização de testagem em massa de seus trabalhadores dentro dos padrões exigidos pelas organizações de saúde.
Sem qualquer discussão prévia com os empregados, a empresa decidiu suspender, nas refinarias e nas demais unidades de terra, os testes sorológicos para trabalhadores que já estão vacinados, inclusive os que só tomaram uma dose do imunizante. O caso mais recente de suspensão ocorreu em unidade da Petrobrás no Rio Grande do Norte e foi denunciado pelo Sindipetro-RN.
“Essa dispensa irresponsável da testagem põe em risco a vida de todos os trabalhadores não vacinados, que ainda são a maioria, e vai contra a recomendação do Ministério da Saúde, Ministério Público do Trabalho, Organização Mundial de Saúde (OMS) entre outros”, destaca o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e secretário-geral do Sindipetro-RN, Pedro Lúcio.
A FUP requereu a retomada da testagem de toda a força de trabalho, vacinada ou não.
As questões relacionadas à Covid-19 na Petrobrás são foco central do debate na Comissão de Saúde e Segurança da empresa, cuja última reunião ocorreu na segunda-feira, 12/7. Já são 49 óbitos de trabalhadores contaminados e, a cada semana, mais de 120 trabalhadores próprios são infectados. Segundo levantamento do Ministério de Minas e Energia, um total de 7.618 petroleiros e petroleiras foram vítimas da Covid na Petrobrás, o que representa 18,4% de todos os trabalhadores da holding. A empresa continua omitindo dados de trabalhadores terceirizados.
Um dos pleitos dos petroleiros é que sejam realizadas vistorias sanitárias em unidades operacionais para verificar as medidas de prevenção à contaminação da Covid-19. “A cláusula 68 do ACT ( Acordo Coletivo de Trabalho) garante o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho, o que se torna ainda mais necessário diante dos quadros de avanço da contaminação pela Covid não só nas unidades operacionais, como entre trabalhadores que estão em atividades remotas”, afirma o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Emissão de CAT para todas as unidades
Desde o início da pandemia, a FUP e sindicatos filiados vêm exigindo da Petrobrás a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para todos os trabalhadores infectados pela Covid-19 durante suas atividades laborais.
Na semana passada, uma decisão da 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região obrigou a Petrobrás a emitir as CATs para trabalhadores offshore que foram infectados pela Covid no Rio de Janeiro.
A FUP, no entanto, cobra a abrangência da decisão para todos os trabalhadores da Petrobrás que foram expostos à contaminação.
Da mesma forma, a FUP reivindica da Petrobrás o fornecimento de máscaras do modelo PFF-2 para os trabalhadores próprios e terceirizados, como recomendam as organizações de saúde. Várias denúncias já foram feitas pelos sindicatos sobre a qualidade duvidosa das máscaras fornecidas pela empresa.
Segundo o Sindipetro Caxias, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc/RJ) adquiriu 4 mil máscaras que estão sendo fornecidas aos trabalhadores sem informações técnicas sobre a qualidade do produto e tampouco sobre a sua procedência.
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