Movimento Compre Local incentiva produção regional na Bahia
Foto: Leo Trindade
O empreendedorismo e parceria com grandes empresas ajudaram produtores regionais na Bahia a enfrentarem as oscilações da economia diante da pandemia. Apesar do cenário econômico ainda ser incerto, as micros e pequenas empresas estão mais confiantes com a recuperação e, em alguns casos, até vislumbram um crescimento.
O Índice de Confiança de
Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE), calculado pelo Sebrae em parceria
com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 5,4 pontos em maio, último
mês mensurado, atingindo o patamar de 93,5 pontos, o maior nível desde
dezembro de 2020 (94,6 pontos).
Esse é o sentimento do
empresário Joas Simples, que comanda a empresa familiar Bolo da Luz ao
lado da mãe e irmã. Depois de um 2020 mais turbulento, Joas comemora um
crescimento de 50% nas vendas. "Sentimos o impacto da pandemia no
início, mas depois fomos recuperando e esse ano estamos tendo um
crescimento bom”. Para ele, esse resultado é fruto da parceria com
grandes empresas, permitindo manter a produção e não demitir nenhum
funcionário mesmo diante das incertezas.
A Bolo da Luz é
fruto de um projeto social realizado pela mãe de Joas Simples na Igreja
da Luz, vendendo bolos com a finalidade de arrecadar dinheiro e ajudar
pessoas em vulnerabilidade social. Os quitutes fizeram sucesso e
chamaram a atenção de um dos diretores da rede varejista RedeMiX, que os
convidou para fazer parte do quadro de fornecedores do grupo, lançando
de forma pioneira o Movimento Compre Local, para incentivar e valorizar a
produção baiana, utilizando um selo para sinalizar ao consumidor itens
produzidos no estado.
“Aproveitamos a abertura das portas para
entrarmos no mercado. Hoje produzimos 1.500 bolos por dia; oito mil
pães, geleias, sequilhos e torradas. Estamos sempre aumentando nosso mix
de produtos. Nosso objetivo é sempre melhorarmos”, explica Joas.
Atualmente,
cerca de 1.500 produtos vendidos nas gôndolas da rede varejista são de
fabricação baiana, sendo responsável por 25% do faturamento do grupo.
“Nossa origem também é baiana. Está no nosso DNA trabalhar de mãos dadas
com fornecedores da região, pois acreditamos que este movimento
fortalece bastante todo nosso mercado”, disse João Cláudio Nunes,
diretor da RedeMiX, que explica que a empresa se prepara para o
lançamento de um edital, ainda este ano, para aumentar o número de
fornecedores da Bahia.
A RJ Alimentos, que nasceu como uma
distribuidora, teve sua história mudada após a sócia diretora da RJ
Alimentos Rafaela Pimentel ser desafiada por Nunes a iniciar o processo
de industrialização de itens regionais. Hoje, a empresa fabrica 30 tipos
de produtos, como carne de sol, vísceras bovinas (fígado, bofe, bucho),
e dobrou o tamanho da planta industrial, gerando mais empregos. “O
Projeto Compre Local foi muito importante para a manutenção do nosso
negócio. Hoje empregamos cem pessoas diretamente e geramos outros 70
empregos indiretos”, conta Rafaela.
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