Artigo por Marcelo Nóbrega, Conselheiro para Inovação e Soluções em Recursos Humanos da HSPW (Healthy and Safe Place to Work)
A
crise da Covid-19 colocou o tema saúde, definitivamente, na agenda das
empresas. Saúde Ocupacional costuma estar sob o guarda-chuva de Recursos
Humanos (RH), mas geralmente apenas para cumprir com as exigências
legais. Ou seja, levar a cabo os exames admissionais, periódicos e de
demissão, de uma maneira bem burocrática, fazendo apenas o mínimo
necessário. E também por conta disso, os funcionários não costumam dar
valor a estes momentos. No final das contas, todos perdem, porque seria a
oportunidade de a empresa e o funcionário atuarem de forma preventiva
no cuidado com a saúde. Para uma gestão mais estratégica da saúde dos
colaboradores, se faz necessária uma parceria mais efetiva entre as
áreas de Recursos Humanos e os médicos do trabalho.
Há
empresas que, por força da lei, precisam ter um corpo médico dedicado.
Nestes casos, por que não fazer o trabalho completo? Ter uma equipe que
se dedique a atuar preventivamente, com exames mais completos e
acompanhamentos mais próximos? Talvez porque estejamos educados a atuar
apenas na doença.
Nos
últimos anos, o tema saúde dentro das empresas tem ganhado relevância,
mesmo antes da pandemia, uma vez que estatísticas de instituições
internacionais já vinham apontando para uma aceleração de doenças
mentais. Condições como burnout, depressão, estresse e ansiedade,
felizmente, estão sendo aos poucos desestigmatizadas, e as pessoas estão
falando mais abertamente a respeito. Ao mesmo tempo, as empresas estão
se dando conta de que o trabalho (tipo e ritmo, convívio com colegas e
chefes e outras situações) pode ser um dos fatores que contribuem para
estes distúrbios.
Uma pesquisa
recém-divulgada pela Fidelity and Business Group on Health, feita com
166 grandes e médias empresas nos Estados Unidos, mostrou que nove em
cada dez empregadores pretendem aumentar seus programas de bem-estar e
saúde mental em 2021. Já está bem estabelecida a correlação entre
bem-estar e saúde no trabalho, produtividade e inovação. Estudos
acadêmicos deixam claro que empresas onde as pessoas se sentem bem
alcançam resultados superiores. Também podemos olhar para a saúde sob a
perspectiva financeira. Segundo estudo publicado em 2017 pela Deloitte, cada 1 Euro investido em saúde mental traz um retorno de 5 Euros para os empregadores.
Em
um levantamento de 2021 sobre bem-estar financeiro, feito pela PwC nos
Estados Unidos, quase dois terços dos trabalhadores disseram que seu
estresse financeiro aumentou desde o início da pandemia. Os líderes de
RH sabem que esta questão impacta na saúde mental e uma forma de
contrabalançar isso são as plataformas digitais que educam e aconselham
os colaboradores a manter as finanças em ordem.
Todos
estes dados internacionais nos fazem pensar: será que aqui no Brasil os
empregadores já se conscientizaram de que precisamos ir além da atuação
na doença, e atuarmos de forma efetiva em prevenção e saúde? E que as
novíssimas plataformas tecnológicas, como a HSPW
(Health and Safe Place to Work, que acompanha a saúde integral dos
colaboradores), podem ser grandes aliadas? Como saúde é integral, não
pode haver saúde mental sem a física, financeira e organizacional.
Acredito que todos precisamos prestar mais atenção nisso.
No
Brasil, o seguro saúde/ assistência médica ainda ocupa o lugar
principal quando falamos de benefícios em saúde para o colaborador. Ele é
bastante valorizado mesmo entre as populações mais jovens, sendo um
fator importante de atração de talentos. O que é diferente nesse momento
é uma busca por mais flexibilidade no plano de benefícios. Não existe
um plano perfeito que atenda igualmente a todos. Então, deve-se buscar
soluções flexíveis que possam ser customizadas por cada usuário. E, pela
perspectiva da empresa, esta é a segunda linha de custo administrada
pelo RH. Se é assim, por que não fazer um bom trabalho na sua gestão e
realmente fazer a diferença na vida das pessoas com uma atuação mais
próxima e ampla?
Empresas
mais humanizadas, que já entenderam que gente é realmente o seu
principal ativo, estão na vanguarda e já adotando estas novas
tecnologias.
Sobre Marcelo Nobrega
- Referência no setor de Recursos Humanos, o executivo reúne mais de 20
anos de vivência na área, tendo ocupado cargos como Vice-Presidente de
RH na TAM, Diretor de RH na Arcos Dorados e Diretor de RH na Reckitt
Benckiser. Atualmente, é investidor e mentor de startups como a HSPW
(Healthy and Safe Place to Work), onde é Conselheiro para Inovação e
Soluções em Recursos Humanos. Além disso, presta serviços de
desenvolvimento de liderança, treinamento corporativo e coaching de
desenvolvimento de carreira na aceleradora de pessoas Você Está
Contratado!. Graduado e com mestrado em Ciências da Computação pela
Columbia University, com doutorado em Engenharia Industrial pela UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro) e MBAs em Finanças (IBMEC-RJ) e
no setor de Óleo & Gás (UFRJ), Marcelo ainda é certificado como
coach pelo Teacher´s College da Columbia University. Seu perfil completo
pode ser acessado em https://www.linkedin.com/in/nobregamarcelo/.
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