MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Atuação do pediatra é determinante para formação do histórico médico

 


Presente desde os primeiros momentos da vida, acompanhamento do especialista faz toda a diferença no desenvolvimento de crianças e adolescentes


Tribuna da Bahia, Salvador
21/07/2021 12:00 | Atualizado há 17 horas e 53 minutos

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Por Lily Menezes

A atenção e o cuidado com a saúde precisam estar presentes logo cedo. O médico pediatra é o profissional presente em toda a trajetória da criança, desde o primeiro choro, passando pela primeira papinha até o meio da adolescência; como poucos, ele conhece todo o histórico médico do paciente em seus primeiros anos e é o mais capacitado para cuidar das questões que rondam seu crescimento. O dia 27 de julho foi escolhido para a celebração do Dia do Pediatra, coincidindo com a data de formação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); a criação da data revela muito sobre a importância da atuação deste especialista no setor da saúde, que dedica nove anos de sua vida – além dos seis anos cursando Medicina, são mais três anos de residência em um hospital pediátrico – ao cuidado da geração futura. Diferentemente de outras especialidades, que viram a frequência de consultas se reduzir com a pandemia, os pais não abriram mão do acompanhamento de seus filhos. 

“As outras idas a especialistas tiveram uma queda, mas as idas ao pediatra têm continuado. Tenho ressaltado a importância da consulta regular”, diz a pediatra Dra. Ludmila Carneiro, que diz não ter notado grandes mudanças no ritmo dos atendimentos. “As consultas regulares também servem para o esclarecimento de dúvidas, orientações sobre a rotina e as melhores formas de cuidar da criança”. Ela orienta que as idas ao pediatra não sejam apenas em caso de adoecimento, pela possibilidade de prevenção de diversos problemas de saúde. Para garantir o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, o acompanhamento deste especialista deve ser mantido até os 16 anos; a frequência de consultas depende da idade e das necessidades específicas de cada caso, segundo a SBP. Deste modo, a recomendação é de três consultas por mês para bebês com até um mês de vida, uma consulta a cada três meses para crianças entre dois e seis anos, e consulta anual a partir dos sete anos.  

Recurso aprovado emergencialmente para a situação de emergência, a teleconsulta tem ajudado muitas pessoas a continuarem o acompanhamento com seus médicos de costume; para a pediatra, o recurso pode ser benéfico em alguns casos pontuais, mas não substitui a consulta presencial em etapas tão cruciais da vida. “Em alguns casos, a gente tem que olhar no olho do paciente, auscultá-lo. A clínica é soberana. Eu acredito que ela (a teleconsulta) possa ser de utilidade, mas jamais substituirá o contato direto com o paciente”, afirmou. Ludmila apontou uma alta na procura ambulatorial por parte dos pais e enxerga uma mudança de hábito em longo prazo provocada pela pandemia. “A gente viu um excesso de idas ao pronto-socorro, coisas que poderiam ser resolvidas numa consulta; você não via as pessoas dizerem que têm medo de ir até lá como agora. A cultura do pronto-socorro tem diminuído, talvez seja a única coisa boa da pandemia; a emergência tem que ficar só pra quem realmente precisa dela”, apontou.

Um dos grandes desafios para a classe pediatra é o reaparecimento de doenças que haviam sido mitigadas em outras décadas, como a poliomelite (paralisia infantil) e o sarampo, cuja prevenção vem das vacinas; alguns responsáveis se recusam a levar as crianças para tomá-las, por não acreditarem em sua eficácia. “O movimento antivacina existe, mas espero que as vacinas de longo tempo tenham um espaço importante no coração das famílias, e que elas vacinem suas crianças. Já é cientificamente comprovada a importância e eficácia delas na saúde”, frisou. No embate que envolve o retorno às aulas híbridas, a pediatra se manifesta favoravelmente, por acreditar que as crianças foram bastante prejudicadas com a falta de socialização e aprendizagem nos últimos anos. Entretanto, reconhece não ser uma questão de resposta simples. “A vacinação pediátrica não é uma coisa que acontecerá para logo, pelo menos não em curto prazo, então devemos considerar o retorno pesando o custo-benefício para a saúde da criança”. 

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