O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), vem adotando, desde 2020, uma modalidade de Ater via contrato com consórcios públicos, para ampliar esse serviço essencial, para o desenvolvimento da lavoura cacaueira, envolvendo os municípios que tem, na sua base econômica, a produção do cacau como atividade protagonista. Nesta quarta-feira, 7 de julho, é comemorado o Dia Mundial do Chocolate e a agricultura familiar da Bahia celebra esse dia com investimentos em ações para aumentar a qualidade da amêndoa de cacau produzida, entre elas, uma estratégia inovadora, a nova modelagem de assistência técnica e extensão rural (Ater), voltada para o sistema produtivo do cacau.
O chefe de gabinete da SDR, Jeandro Ribeiro, explica que esse é o resultado da ampliação da cobertura de Ater já existente: “Diferente da outra modelagem é que o foco é em cima do sistema produtivo e, o cacau, como tem predominância na atividade econômica desses municípios, vai impactar diretamente na economia. A atividade econômica do comércio e dos agentes financeiros locais vão girar em torno dessa ação do Governo do Estado, com envolvimento direto das secretarias de Agricultura. Queremos sair de uma produtividade média histórica de 16 a 18 arrobas por hectare para uma média de 60 arrobas por hectare”.
Ao todo, 4.740 famílias de agricultores familiares, de 45 municípios, são atendidas pelo serviço de Ater prestado pelo Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (Cima), Consórcio Intermunicipal do Mosaico das Apas do Baixo Sul (Ciapra) e Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território Litoral Sul (CDS). Um investimento de R$6,7 milhões.
O Ciapra adotou a estratégia e vem desenvolvendo as atividades com um projeto chamado Cacau Mais. Com isso, municípios como Gandu, Wenceslau Guimarães e Teolândia já estão com produtividade acima de 40 arrobas por hectare. Foi identificado no cacau a possibilidade de incrementar a economia e a geração de renda nos municípios do Baixo Sul, com a elevação da produção de cacau, de 10 a 45 arrobas por hectare, ao ano, para 80 arrobas, por hectare, a partir de ações como implantação de viveiro para produção de mudas, manejo, controle de pragas, polinização, adubação, manejo pós-colheita e rastreabilidade.
O presidente do Ciapra, Leonardo Barbosa Cardoso, destaca que é possível identificar uma mudança de comportamento do agricultor familiar, que já acredita na metodologia do Cacau Mais: “Antes havia uma resistência na implantação de novas formas de manejo na produção do Cacau, devido a toda cultura e vivência de anos de história, com a produção cacaueira, mas graças ao trabalho de cooperação entre a equipe técnica do Ciapra, a SDR e as prefeituras, essa realidade vem mudando e já podemos olhar com otimismo, para que em breve alcancemos nossa meta com o programa”.
Na Bahia, a Ater é coordenada pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à SDR, e atende, atualmente, mais de 80 mil famílias de agricultores. O serviço é executado em três modalidades: Direta, pelos técnicos da Bahiater; pelas equipes técnicas de organizações sociais contratadas, por meio de Chamadas Públicas Ater Mulheres, Ater Agroecologia, Sustentabilidade e Povos e Comunidades Tradicionais, que atualmente atendem mais de 16 mil famílias, ou ainda por meio do Mais Ater, via convênios e contratos firmados com prefeituras e consórcios públicos, para estruturar a ação nos municípios baianos, com o atendimento atual de 13,6 mil famílias.
Mais investimentos
Pelo projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, empresa da SDR, já são mais de R$32,7 milhões aplicados para fortalecer a cacauicultura baiana, aplicados em melhorias no manejo da produção do cacau, no acesso ao mercado, no serviço de Ater com as entidades de Ater parceiras e na Identificação Geográfica, beneficiando diretamente 1.384 famílias de agricultores.
Com
os investimentos do Governo do Estado no sistema produtivo do cacau,
hoje é possível comemorar o Dia Mundial do Chocolate, com chocolates da
agricultura familiar produzidos com uma amêndoa de cacau qualificada,
como os da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), de
Ilhéus, da marca Natucoa, e, também, da Cooperativa da Agricultura
Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências
(Coopfesba), de Ibicaraí, que administra a marca Bahia Cacau.
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