MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Presidente da Petrobrás tenta justificar privatização “aos pedaços” com dados e informações questionáveis

 


O atual presidente da Petrobrás, general Joaquim Silva e Luna, mostrou ser “mais do mesmo” na audiência pública realizada nesta sexta (25/6) na Câmara dos Deputados sobre a venda de ativos da companhia, especialmente das refinarias. Mais de dois meses após substituir Roberto Castello Branco à frente da maior empresa do país controlada pelo governo federal, Luna repete o discurso vazio de seu antecessor, baseando-se em informações questionáveis, e tenta disfarçar com outras expressões o que é na verdade a privatização “aos pedaços” da estatal.

 

Análises econômico-financeiras já mostraram que a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e de outras plantas não irá contribuir para reduzir significativamente o endividamento da Petrobrás, como alegam Luna e os defensores desse processo de privatização disfarçado. Endividamento este que cresceu, que fique claro, justamente porque a empresa precisava investir no pré-sal, que agora está se convertendo em dinheiro no caixa da empresa.

 

Estamos falando de dados. A XP Investimentos apontou, em fevereiro passado, que “do ponto de vista de redução do endividamento, o desinvestimento da RLAM representa uma redução de (0,06)% sobre os últimos níveis de Dívida Líquida / EBITDA reportados pela Petrobras de 2,33x (no 3T20). Ou seja, uma redução insignificante.

 

Luna alegou a necessidade da Petrobrás de “importar combustíveis”. Mas não tratou do atual fator de utilização (FUT) das refinarias da companhia, que vem variando entre 60% e 80%. Ou seja, podemos produzir mais combustíveis aqui, só não o fazemos por uma decisão empresarial equivocada da gestão da Petrobrás que prefere exportar petróleo crú e importar derivados

 

Quanto à redução de preços dos combustíveis, Luna novamente errou. Dizer que privatização de refinarias vai atrair novos agentes econômicos e aumentar a concorrência é falso. E, novamente, não se trata de opinião, mas sim de dados.

 

Citamos exaustivamente o estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), encomendado pela associação de distribuidoras Brasilcom, que já mostrou grande risco de criação de monopólios privados com a venda dessas plantas. O próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostrou, em 2018, que a privatização de refinarias não iria abrir o mercado, mas sim criar monopólios para a iniciativa privada.

 

Isso significa pressão ainda maior sobre os preços dos combustíveis, sem qualquer ganho de concorrência. Significa que a população brasileira, que já paga muito caro pelos derivados de petróleo, ficará refém desses investidores.

 

Luna mantém o receituário empregado por Castello Branco porque quem está por trás da destruição da Petrobrás é a dupla Jair Bolsonaro/Paulo Guedes. Só uma ruptura com este governo pode fazer a Petrobras voltar a ser a locomotiva do desenvolvimento econômico e social do país, ainda mais neste grave momento de crise econômica. Se não mudar essa fórmula, entrará para a história como mais um que ajudou a destruir a maior empresa brasileira controlada pelo governo.

 

 

Deyvid Bacelar

Coordenador geral

Federação Única dos Petroleiros – FUP


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