O
delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, titular da Delegacia de
Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), da Polícia
Civil do Rio, e outras oito pessoas foram presas, nesta quarta-feira,
numa operação do Ministério Público contra uma organização criminosa
que, segundo a instituição, é formada por ele e outros agentes. A ação
foi batizada como Carta de Corso. Demétrio foi preso num condomínio na
Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. De acordo com o MP, a organização
criminosa surgiu na DRCPIM entre março de 2018 e março de 2021 e era
comandada por Demétrio. Outros policiais lotados na delegacia, um perito
criminal e algumas outras pessoas compunham o grupo, indicaram as
investigações. Alem de oito mandados de
prisão, outros 19 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça.
Segundo o Ministério Público, a quadrilha, ao invés de reprimir crimes —
em especial a “pirataria” — exigia dos lojistas da Rua Teresa, em
Petrópolis, na Região Serrana, o pagamento de vantagens ilegais para
permitir que continuassem vendendo roupas "piratas". A investigação do
MP aponta que a quadrilha é dividida em dois núcleos principais, ambos
comandados por Demétrio. Um deles é composto pelos operadores do esquema
em Petrópolis: os denunciados Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana
Cristina de Amaral Fonseca e Rodrigo Ramalho Diniz seriam responsáveis
por ameaçar os lojistas e recolher os valores cobrados pela organização.
Já o outro núvelo seria formado pelos policiais civis Celso de Freitas
Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira e Luiz Augusto Nascimento
Aloise, além do perito José Alexandre Duarte. José Alexandre seria
responsável por executar diligências policiais como forma de represália
aos lojistas que se recusavam a pagar os valores exigidos pela
quadrilha. De acordo com o MP, ele forjava provas e produzia laudos
falsos. O Ministperio Público destacou ainda que Demétrio comandou uma
manobra para arquitetar a prisão em flagrante de um dos delegados que
investigava a quadrilha. O delegado é acusado de usar uma conta falsa no
WhatsApp para garantir seu anonimato e, para isso, contaria com a ajuda
do advogado Ricardo Alves Junqueira Penteado, também denunciado. A
Corregedoria de Polícia Civil, que não participou da operação dessa
quarta-feira, informou por nota que já possui procedimentos abertos
sobre este caso e solicitará informações ao Ministério Público sobre a
operação de hoje para juntar nas investigações.
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