São Paulo, 30 de junho de 2021 – Pesquisa inédita realizada pelo Outdoor
Social Inteligência®, Instituto de Pesquisas especializado na classe C,
traz dados sobre a saúde nas favelas com maior potencial econômico do
país. Entre os destaques, índices de vacinação, adesão dos postos de
atendimento público e o que mudou em relação ao consumo de medicamentos
com a chegada da pandemia.
Vacinação
Segundo
a pesquisa, 59% das pessoas entrevistadas não foram vacinadas. Entre os
que foram, 15,5% possuem as duas doses e 25,5%, apenas a primeira. No
recorte de faixa etária, a pesquisa dá indícios de que a cobertura
vacinal dessas comunidades está seguindo o planejamento por idade. Entre
os idosos com 65 anos ou mais, 87,1% dos entrevistados afirmam estarem
imunizados com as duas doses. 6,5% estão parcialmente imunizados, com
apenas uma dose e, 6,5% alegam que ainda não tomaram a vacina.
Entre
55 e 64 anos, 22,0% tomaram as duas doses, 70,7% estão parcialmente
imunizados e apenas 7,3% não tomaram a vacina. De 45 a 54 anos, 24,6%
estão com as duas vacinas, 40,4% apenas a primeira, e 35,1% nenhuma. De
35 a 44 anos, 10,4% completaram as doses, 27,8% tomaram só a primeira e,
61,7% não foram vacinados.
Os
índices entre os jovens são baixos, assim como em todo o país. A
maioria da população entre 25 e 34 anos, o que corresponde a 79,9%, não
tomou a vacina, assim como 84,8% dos entrevistados entre 18 e 24 anos.
Em
recorte geográfico, as comunidades localizadas na região Sul possuem o
maior índice de vacinação, de acordo com os entrevistados. Na região,
18,4% tomaram as duas doses, 36,7% apenas a primeira e 44,9% não foram
imunizados. No Sudeste, 16,8% tomaram as duas doses, 22,7% apenas a
primeira, e, mais da metade, o que corresponde a 60,5%, não teve acesso a
vacina. No Nordeste, 13,4% alegaram que já foram totalmente imunizados,
34,8% tomaram apenas a primeira dose, e 51,8% nenhuma. No Centro e
Norte do país, a cobertura vacinal nas comunidades do G10 está mais
lenta, 78,3% dos entrevistados ainda não tomaram a vacina, 10% estão
parcialmente imunizados e 11,7% tomaram as duas doses.
Em
todo o Brasil, 12,09% da população brasileira receberam a segunda dose
da vacina e 33,7% tomaram a primeira dose, segundo dados do Consórcio de
Veículos de Imprensa (a partir de dados das secretarias estaduais de
Saúde).
“A
população brasileira anseia pela imunização. Nosso povo precisa ter
segurança de sair de casa para trabalhar ou estudar, sem o medo de uma
contaminação ou possíveis complicações”, explica Gilson Rodrigues,
presidente do G10 Favelas e morador de uma das principais favelas do
país, Paraisópolis.
Consumo de medicamentos
A
Covid-19 mudou o hábito de compras de medicamentos para 60% dos
entrevistados e fez com que metade da população (51%) das comunidades do
G10 passassem a consumir vitaminas como forma de suplementação para
fortalecer o sistema imunológico. Entre outros destaques, 13,3% passaram
a fazer estoque de remédios em casa e 6,1% afirmam ter comprado kit
contra a Covid-19 (não comprovados cientificamente). Apenas 39,4% dos
entrevistados afirmam que não mudaram em nada seus hábitos de consumo de
medicamentos.
Para
Emilia Rabello, fundadora do Outdoor Social Inteligência®, a pesquisa
revela o perfil dos moradores do bloco das principais favelas do país.
“Existem dados que mostram que a população, de diversas condições
socioeconômicas, investiu na compra de vitaminas no último ano em busca
de melhorias para a saúde. A nossa pesquisa mostra que a população do
G10 também seguiu essa tendência. Saber que mais da metade dos
entrevistados estão consumindo complemento vitamínico mostra o quanto a
saúde também é priorizada pelas pessoas da comunidade”.
Em
recortes regionais, as populações do Centro e Norte foram as que mais
passaram a investir em vitaminas durante o período. Mais da metade dos
entrevistados, 64,1% adquiram este hábito. No Sudeste, metade dos
entrevistados (50,6%), seguido de 38,5% dos consultados na região Sul e
35% da região nordeste.
Em
contrapartida, 57,7% dos sulistas entrevistados afirmam que não mudaram
suas rotinas em relação a compra de medicamentos durante a pandemia.
Assim como 38,6% das pessoas do Sudeste, seguido de 26,6% em ambas as
regiões: Nordeste e Centro/Norte.
Adesão ao posto de saúde
Segundo
a pesquisa, o posto de saúde público é o mais procurado pelas pessoas
que vivem nas comunidades do G10. Em casos de problemas de saúdes, 70%
dos entrevistados afirmam que recorrem ao posto, enquanto 8,4% vão ao
médico do plano de saúde e 17% buscam o atendimento das farmácias para
solucionar o problema.
No
recorte geográfico, as pessoas que moram na região Central e Norte do
país, são as que mais dependem do atendimento do posto de saúde: 69,6%
dos entrevistados. Na região Sudeste, o índice é de 65%, seguido de
55,3% do Nordeste e 53,4% do Sul. Em relação as diferenças regionais,
outro ponto de destaque é o maior índice de pessoas com plano de saúde
no Nordeste: 16,3% dos entrevistados. Enquanto o Sudeste, apenas 3,1%.
Na região Central e Norte, 5,8% e Sul, 10,3%.
A
pesquisa ouviu 435 pessoas em comunidades dos municípios dos municípios
de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte,
Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.
Pesquisa de opinião pública: comportamento relacionado a educação
Realização: Outdoor Social®
Metodologia: Pesquisa telefônica, realizada em junho de 2021, quantitativa por amostragem. Foram ouvidas 435 pessoas.
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