Para o cardiologista e autor do Manual de Medicina Baseada em Evidências, José Alencar, é preciso aguardar os resultados: “É cedo para tirar qualquer conclusão”.
Há menos de 10 dias foi anunciado que os cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, estão fazendo novos estudos sobre o uso de Ivermectina em pacientes com sintomas de Covid-19. A informação chamou a atenção de muitos brasileiros, já que o medicamento tem sido alvo de comentários entre os que defendem ou não o uso no tratamento da doença. Para o médico cardiologista José Alencar, que é autor do recém lançado Manual de Medicina Baseada em Evidências, da Sanar, o assunto precisa ser tratado com mais clareza. “O que temos neste momento é uma hipótese que está sendo testada, como é de fato papel das universidades. Os ensaios clínicos são feitos para tirar dúvidas, responder se há ou não eficácia, é cedo para tirar qualquer conclusão”, explica.
No estudo iniciado, serão comparados pacientes que receberam o medicamento - que não tem eficácia comprovada até o momento - e pacientes que foram tratados com os procedimentos utilizados atualmente no sistema de saúde britânico. “Comemorar isso como prova de eficácia é uma mistura de ingenuidade e desconhecimento, como se uma torcida de futebol celebrasse o fato do time participar do campeonato, muito antes de conquistar o título”, comenta Alencar.
O que podemos afirmar até o momento? Para o especialista, a Ivermectina apresentou até aqui resultados negativos em relação a sua funcionalidade no tratamento da Covid-19. “A plausibilidade dela funcionar é baixa, mas pode existir e por isso está sendo feita a pesquisa. Os resultados devem ser interpretados de forma conjunta, nunca de forma individualizada”, finaliza.
Cardiologista e Eletrofisiologista intervencionista pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Hospital de Santa Cruz (Lisboa, Portugal), José Alencar é também coordenador da Pós-Graduação em Medicina de Emergência da Sanar e lançou em junho de 2021 o livro Manual de Medicina Baseada em Evidências, com prefácio da bióloga e divulgadora científica Natalia Pasternak.
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Victor Lopes
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