Postado em 31/08/2019 7:01 DIGA BAHIA!
Ao mesmo tempo, o percentual dos que pretendem fechar negócio nos próximos três meses e avaliam os preços como “altos” ou “muito altos” segue em queda e é atualmente de 56%. Os resultados surgem em linha com as variações de preço dos imóveis abaixo da inflação nos últimos anos.
O presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Luiz Antonio França, garante que o momento atual é “o mais propício para se comprar um imóvel”.
“A classe média ficou um período fora do mercado que estava muito fraco e agora voltou a olhar para os imóveis. Com essa movimentação, já se começa a ver um retorno na aquisição de imóveis”, afirma França.
Para Ana Castelo, coordenadora de projetos da construção do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o cenário atual é mais atrativo aos que olham para a compra do imóvel como forma de investimento.
“Temos realmente um ambiente propício para a realização de negócios, mas para as famílias ainda existe muita incerteza para se comprometer com um financiamento de 30 anos”, avalia Ana.
Eduardo Zylberstajn, coordenador dos índices FipeZap, destaca que a percepção sobre a compra dos imóveis “depende muito da realidade de cada família”, porque a decisão implica na concentração de parte dos recursos em um único bem.
“Quem comprar um imóvel tem uma chance grande de ver o valor do bem maior daqui a dois, três ou quatro anos. Dificilmente o preço vai cair no curto ou médio prazo”, diz Zylberstajn, que atenta ainda para os gastos com imposto, corretagem e reforma ao adquirir um imóvel. “É sempre bom avaliar bem a compra”, completa.
Ainda segundo o Raio-X FipeZap, 70% dos que adquiriam imóveis nos últimos 12 meses conseguiram desconto nas transações. O percentual médio retirado dos valores anunciados no período foi de 13%.
Indicadores
A percepção de que os preços caminham rumo a valores mais adequados surge ao mesmo tempo em os indicadores econômicos sinalizam a retomada do setor. Na última sexta-feira (29), os dados do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — apontam que a construção saltou 1,9% no segundo trimestre do ano.
“O PIB da construção cresceu quase cinco vezes mais do que o PIB nacional”, comemora França, que avalia o atual momento como o início de um ciclo de melhora no segmento. “Quando você junto juros baixos e confiança do consumidor consegue ter em qualquer lugar do mundo um ciclo positivo na indústria da construção civil”, diz o presidente da Abrainc.
O ICST (Índice de Confiança da Construção), da FGV Fundação Getulio Vargas), subiu pelo terceiro mês seguido na passagem de julho para agosto e alcançou os 87,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2014.
Ana Castelo classifica o resultado como “surpreendente” e relata que a melhora do setor já era observada em alguns segmentos desde o começo de 2019. “A sondagem mostra uma melhora na confiança em relação ao momento corrente e às expectativas futuras”, afirma ela.
Outro indicador que aponta para a melhora do setor é IAMI (Indicador Antecedente do Mercado Imobiliário), da Abrainc, que aponta para o aumento de 58,7% no percentual de alvarás concedidos nos últimos 12 meses.
Na análise de Zylberstajn, ainda existem riscos no horizonte, mas o cenário atual aponta para uma melhora definitiva da construção civil no curto e médio prazo. “Com tudo saindo dentro do esperado, os próximos anos devem ser de retomada do mercado”, destaca ele, que ainda vê algumas incertezas no cenário político.
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