Em entrevista coletiva, senadora Kátia Abreu defendeu o agronegócio e a ex-presidente Dilma Rousseff
Rodrigo Aguiar / Juliana Almirante
Vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT), a senadora Kátia Abreu (PDT) ironizou nesta quinta-feira (27) o “prêmio motosserra” entregue a ela pela vice da chapa presidencial do PSOL, Sônia Guajajara.
Kátia e o candidato socialista Guilherme Boulos discutiram nesta quarta-feira (26) no Twitter. O bate-boca começou quando a vice de Ciro criticou a postura de Boulos no debate promovido por UOL, Folha e SBT.
“Boulos a serviço do PT. Serviço sujo que está prestando. Alckmin não respondeu à altura. Poderia ter respondido forte”, escreveu a senadora.
O presidenciável do PSOL rebateu: “Quem esteve na base do governo do PT foi você, né Kátia? Você e sua bancada ruralista. Eu estava nas ruas lutando por direitos sociais. Aliás tenho orgulho de compor chapa com @GuajajaraSonia que te entregou o prêmio Motosserra de Ouro”.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (27), em Salvador, a pedetista afirmou não ligar para o rótulo. “Eu fico tão contente. Porque durante 20 anos da minha vida é o único defeito que acham que estão me colocando. Mas na verdade é motivo de orgulho, porque nós só desmatamos 30% do país em favor da produção agropecuária”, disse.
De acordo com a senadora, o Brasil preserva 66% dos seus biomas, enquanto a Europa preservaria 9% e os Estados Unidos, 23%.
Em seguida, Kátia afirmou que o agronegócio é responsável por 50% das exportações brasileiras, 28% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega 35% da mão de obra nacional com carteira assinada.
“Se a população achar que 30% é muito, estamos prontos para reduzir. [Mas] Junto reduz exportação, emprego e PIB”, completou.
Kátia ainda negou que tenha sido aliada do PT e reafirmou sua aliança política com a ex-presidente Dilma Rousseff, definida pela senadora como “pedetista de alma”.
“Fui ministra da presidente Dilma porque o meu partido na época [o MDB] era vice. Quando veio o impeachment, eu achei que era injusto, imoral e ilegal. Dilma errou na política e na economia, mas falar que ela fez coisa errada eu não admito. Faria tudo de novo por ela”, disse.
Ao ser questionada sobre um eventual segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), Kátia afirmou que sua posição pessoal será de neutralidade. “Não acredito em nenhum dos dois”, justificou.
Katia foi à sede do PDT em Salvador para falar para um grupo de candidatas e militantes da legenda, no evento intitulado “Mulheres e a ocupação de espaços de poder’. Mais cedo, deu entrevistas para veículos locais e visitou o Mercado Modelo.
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