O deputado pernambucano é um caso cada vez mais raro de político com formação intelectual. Não me refiro à escolaridade formal, mas à cultura política. Jungmann leu as coisas que interessam sobre o país e tem visão estratégica
Consta
que Michel Temer, que vai assumir a Presidência da República em alguns
dias, pensa em convidar o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) para assumir o
Ministério da Defesa. Tomara que seja verdade. E eu o afirmo por várias
razões.
Ministro
da Reforma Agrária de FHC, Jungmann soube desarmar o gatilho do MST sem
entregar o setor a João Pedro Stedile e seus comandados, que,
obviamente, nunca estiveram interessados em reformar coisa nenhuma, mas
em manter a indústria de invasões e se alimentar, por meio das
cooperativas, com o dinheiro destinado à agricultura familiar.
O deputado
pernambucano é um caso cada vez mais raro de político com formação
intelectual. Não me refiro à escolaridade formal, mas à cultura
política. Jungmann leu as coisas que interessam sobre o país e tem visão
estratégica. Está entre as pessoas capazes de um entendimento superior
da função das Forças Armadas no Brasil: além da defesa do território,
com papel subsidiário na manutenção da ordem interna, também podem e
devem ser polos de desenvolvimento tecnológico.
Mais: o
deputado tem um excelente trânsito nas Três Armas, e isso não quer dizer
que seja uma daquelas vivandeiras que gostam de fazer proselitismo em
porta de quartel. Ele é um estudioso da área , o que lhe garante há
muito tempo uma interlocução republicana e democrática com o Alto
Comando.
Inexiste
hoje, felizmente, uma “questão militar” no Brasil de caráter vicioso. Ao
contrário. As Forças Armadas estão cônscias, muito mais do que parte
considerável do poder civil, de suas atribuições constitucionais. Quando
os aloprados do Planalto chegaram a ventilar a possibilidade de Dilma
decretar Estado de Defesa, coube a um militar graduado fazer uma
pergunta: “Mas sob qual pretexto? Qual é a ameaça?” Obviamente, não
havia.
A pergunta
quer dizer o seguinte: se houve um tempo em que os militares se
assanhavam a sair às ruas para pôr ordem na casa, hoje, com absoluta
certeza, eles preferem não se meter em questões políticas e atuam para
não ser engolfados pelo coquetel de crises que aí está. E isso quer
dizer, também, que não hesitarão em garantir a Constituição, na sua
plenitude.
Para
tanto, é importante haver um ministro da Defesa que não seja mero
esbirro de um partido ou de uma ideologia que, no limite, tem nas Forças
Armadas potenciais adversárias. Torço muito para que seja verdadeira a
intenção de Temer.
Jungmann seria o homem certo no lugar certo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário