O Conselho Federal de Medicina realizou um levantamento revelando que o governo deixou de usar R$ 131 bilhões aprovados no orçamento.
IMPLICANTE
O Conselho Federal de Medicina, com base
nos recursos autorizados pelo orçamento entre 2003 e 2014, realizou um
levantamento com a ONG Contas Abertas que revelou que o governo deixou de usar R$ 131 bilhões destinados à saúde pública. Isso equivale a 69 vezes o orçamento do Mais Médicos em 2014.
Pelo cálculo feito no estudo, somente no ano passado R$ 12,78 bilhões permaneceram nos cofres. Neste ano, até outubro, dos R$ 107,4 bilhões autorizados, R$ 80 bilhões haviam sido usados.
De acordo com o presidente do CFM,
Carlos Vital, com esse montante, seria possível construir 320 mil
Unidades Básicas de Saúde (UBS) de porte 1, que são destinadas a
atendimentos mais simples. A não utilização do dinheiro, segundo Vital,
acontece em decorrência de dois fatores.
A primeira delas seria o contingenciamento, ordem dada pelo governo para que o dinheiro, embora previsto no orçamento, não seja usado. Em seguida, viriam problemas de competência administrativa. Recursos previstos para serem usados em projetos, em parceria com Estados e municípios, que ficariam intocados por falta da apresentação de projetos adequados.
O Ministério da Saúde contestou os
dados, afirmando ter cumprido o piso constitucional, mas a realidade é
que nos últimos anos, apesar da crescente exigência para que se melhore a
estrutura dos hospitais, o SUS desativou quase 13 mil leitos.
A psiquiatria, com 7.449 leitos a menos, foi a especialidade com maior queda. Na pediatria houve redução de 5.992; na obstetrícia, 3.431 e na cirurgia geral houve uma redução de 340 leitos. Em janeiro de 2010, o SUS tinha 361 mil leitos, em julho deste ano, caiu para 348.303.
Enquanto isso, 50% das obras do PAC 2 destinadas à saúde não saíram do papel. Da outra metade, apenas 11% foram concluídas.
Das 21.519 restantes, apenas 9.509 encontram-se em execução. Cerca de metade (12.010) das obras de Saúde inscritas no PAC 2 ainda estão “no papel”. A maior parte (10.328) encontra-se em ação preparatória. Sete estão em fase de licitação e 1.675 de contratação.
Para a construção de UBSs, havia 15.652
projetos previstos, mas somente 9% foram finalizados, enquanto apenas 14
das 503 Unidades de Pronto Atendimento ficaram prontas.
Por mais que o salário de 10 mil reais
prometidos aos contratados pelo Mais Médicos soem atraentes, pouco
faziam frente aos que a iniciativa privada consegue oferecer nos grandes
centros aos profissionais brasileiros. A quantia não investida nestes
12 anos de PT na presidência é quase 6 vezes maior que o orçamento do
programa. Isso significa que poderiam ter oferecido salários 3 vezes
maiores a estes profissionais e ainda sobrar quase a mesma quantia para
melhoramentos na estrutura dos centros de saúde. Fica evidente,
portanto, que a contratação de médicos estrangeiros, sejam eles cubanos
ou não, poderia ter sido bem menos primordial para o país.
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