O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves
(PSDB), vai anunciar na semana que vem sua adesão ao movimento
#VempraUrna, uma campanha oficial do Tribunal Superior Eleitoral. O
comando da candidatura do tucano avalia que as altas taxas de intenções
de votos nulos e brancos nas pesquisas e as abstenções podem favorecer a
reeleição da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno.
Em um vídeo que será veiculado nas redes sociais de Aécio, o
candidato vai comunicar seu apoio à campanha do TSE. Ao mesmo tempo, o
PSDB passará a divulgar gravações produzidas pela equipe de marketing da
candidatura tucana que fazem alusão à campanha oficial do tribunal. A
peça partidária, porém, inclui sutilmente a ideia de "mudança", jamais
contemplada na publicidade oficial da Justiça Eleitoral.
Em um dos vídeos, o jingle diz: "Vem pra urna pra fazer a
diferença, que mudança não acontece com indiferença" e "vem, Brasil, que
esse país é cheio de beleza, que a gente não merece ter tristeza".
O objetivo é tentar convencer o eleitor que está descrente da
política. Conforme a mais recente pesquisa Ibope sobre a corrida
presidencial, 25% dos eleitores não têm candidato ou pretendem votar
nulo ou em branco. Em julho de 2010, também a pouco mais de três meses
das eleições, essa taxa era bem menor, de 19%, de acordo com
levantamento do mesmo instituto.
Desconhecimento. Tucanos atribuem o fato ao
desinteresse por eleição especialmente dos jovens entre 16 e 24 anos e à
chamada taxa de desconhecimento dos presidenciáveis de oposição. Se
houver uma redução das taxas de abstenção e de votos nulos e brancos, a
campanha do PSDB acredita que Aécio e outros oposicionistas serão os
beneficiados, reforçando a possibilidade de segundo turno na disputa
presidencial.
No cenário de um 2.º turno entre Dilma e o tucano da mais
recente pesquisa do Ibope, Aécio aparece com 33% das intenções de voto. A
presidente tem 41%. No cenário do 1.º turno, Dilma tem 38% contra 22%
do tucano. No material produzido pela equipe do presidenciável do PSDB não
haverá nenhuma referência a candidatos ou a partidos políticos, dando um
caráter suprapartidário. Aécio não vai aparecer nos materiais de divulgação e sua
participação ficará restrita ao vídeo em que vai dizer publicamente que
apoia a ação.
Estão sendo produzidos videoclipes em ritmo de rock, samba,
forró e xote. Além de jingle, cartoon, descanso de tela, template,
panfletos e outros materiais gráficos, que serão distribuídos por
militantes tucanos, entre blogueiros, nas redes do partido e para quem
mais quiser ajudar a divulgar a ideia.
A abstenção é outro fator determinante para que o candidato
concentre o esforço de seus marqueteiros nesta ação eleitoral. Em 1998, o
índice foi de 21,5%. No pleito de 2002, foi de 17,7%. Em 2006 o número
atingiu 16,7%. E em 2010 a taxa de faltosos voltou a crescer, atingindo
18,1%.
Rede social. Os vídeos não deverão ser
veiculados no programa eleitoral gratuito de Aécio no rádio e na TV. A
aposta é na divulgação por meio da página do Facebook da campanha. A
página do candidato na rede social acaba de atingir 1 milhão de
seguidores. O número foi comemorado pelo marketing do PSDB, mas
internamente admite-se que a plataforma ainda está longe de obter
protagonismo na campanha, pois o Brasil possui 142,8 milhões de
eleitores, segundo o TSE.
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