Em corrida pela
vaga de senador, o candidato do PCB resolveu atacar o líder de intenções
de votos nas pesquisas, mas os ataques não provocam resposta
Augusto DinizJORNAL O HOJE-GO
Ronaldo Caiado parte para críticas duras à administração atual do Estado de Goiás
Antônio Neto criticou a postura de Caiado na imagem do candidato como “verdadeiro defensor de Goiás e dos goianos”. A fala do programa eleitoral do senadoriável do DEM foi rebatida pelo seu adversário eleitoral do PCB. Ao dizer que o democrata votou contra a PEC do Trabalho Escravo, Antônio Neto tentou vincular à figura de Caiado a de um político que não tem interesse algum em trabalhar pela população com projetos de leis de melhoria da vida do povo, mas que trabalha em benefício de um pequeno grupo da elite.
O candidato do PCB usou a história do Estado para bater pesado em Caiado, ao lembrar que Leonino Di Ramos Caiado foi governador de Goiás entre 1973 e 1975, pela Aliança Renovadora Nacional (Arena) – partido criado em 1965 para dar sustentação ao governo militar instituído por um golpe em 1º de abril de 1964. Antônio Neto disse em seu programa de TV que Caiado precisava mostrar o passado de sua família, que apoiou a ditadura militar para chegar ao governo.
Já a propaganda eleitoral de Caiado buscou a proximidade com o eleitor ao dizer que o democrata tem lutado pela “melhoria da qualidade de vida em todos os quadrantes desse Estado”. O candidato do DEM afirmou que precisa “da ajuda de vocês para chegar ao Senado Federal”. A assessoria de Caiado informou que o senadoriável não comentará as acusações feitar pelo pecebista Antônio Neto na televisão.
Caiado e Iris adotam jingles para bater em governador
“Reemplacar não emplacou não/Vai pra lá com essa conversa mole/Esse chip que você criou é conversa fiada/A gente não engole/Reemplacar não emplacou não/Vai pra lá com essa enrolação/Ronaldo Caiado é do povo/E não deixa emplacar essa situação.” Com esse jingle, a propaganda eleitoral do senadoriável Ronaldo Caiado (DEM) adotou a mesma tática na sexta-feira (29) que já havia sido usada pelo candidato a governador em seu programa de TV no dia anterior (quinta) na hora de atacar o candidato à reeleição como governador Marconi Perillo (PSDB): uma tentativa de bom humor musicado.
Ao falar sobre a denúncia feita contra a exigência criada pelo governo estadual para que todos os veículos fossem reemplacados com o uso de um chip no valor de 170 reais, Caiado informou ao eleitor que venceu por 5 a 1 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ação proposta contra ele pela coligação Garantia De Um Futuro Melhor Para Goiás, do governador Marconi.
A coligação Amor Por Goiás resolveu atacar o tucano de forma bem humorada para mesclar com as críticas pesadas e com tom mais ríspido. “Porque o Iris faz/O Iris faz, o Iris faz/O outro faz propaganda/Obras para todos só o Iris faz.” Se a tática vai dar certo, só o eleitor dirá no dia 5 de outubro.
Sem crescer, Vilmar adota tom mais crítico
Sem crescer o suficiente nas pesquisas até agora, o candidato a senador da coligação Garantia de um Futuro Melhor, Vilmar Rocha (PSD), mudou a estratégia de campanha ao adotar um tom mais crítico ao candidato a senador que lidera as pesquisas, Ronaldo Caiado (DEM). Vilmar oscila entre segundo e terceiro colocado, dependendo da pesquisa de intenção de votos, ora à frente da senadoriável Marina Sant’Anna (PT), ora atrás. Já a diferença entre ele e o favorito à vitória ultrapassa os 15 pontos porcentuais em todos os levantamentos.
Para tentar retirar essa diferença, Vilmar adotou recentemente um tom mais crítico e tem usado a estratégia de colar sua postulação à do candidato à reeleição, governador Marconi Perillo (PSDB), que aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas.
O social-democrata tem dito que Caiado está movido muito mais pelo ressentimento do que por um projeto para Goiás. Vilmar postou recentemente no Facebook que o setor rural paga um preço alto por ter alguns líderes autoritários e agressivos, por isso, parte da sociedade generaliza e vê o produtor rural como um explorador da natureza e do trabalho escravo. “Esses líderes não mais representam o setor, que não considera que este estilo seja o mais adequado às negociações”, critica, se referindo ao senadoriável da coligação Participação Popular, que faz parte da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Ele classifica a atitude do candidato como destemperada e, cita como prova o fato de a bancada ruralista ter muitos parlamentares no Congresso, no entanto, até hoje não conseguiram emplacar uma política adequada ao setor. “Culpa da falta de jogo de cintura dos antigos líderes”, reclama.
Vilmar disse ainda que seu adversário não tem sensibilidade social. “Não conhece o povo. É só bravata”, criticou, durante evento do governador Marconi com o segmento de luta pela moradia, no Comitê Central, na última semana.
Já Ronaldo Caiado faz o caminho inverso. Ele tem direcionado suas críticas ao candidato a reeleição em assuntos como Celg e reemplacamento de veículos e tem feito uma campanha mais descolada do candidato a governador Iris Rezende (PMDB). (Charles Daniel)
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