Em julho, grupo havia se comprometido a deixar o terreno na capital paulista.
Após acordo, serão construídas 2,6 mil apartamentos populares no local.
Integrantes do MTST desocupam área conhecida como Copa do Povo (Foto: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo)
O terreno conhecido como Copa do Povo, em Itaquera, Zona Leste de São
Paulo, foi desocupado na manhã deste domingo (31) por integrantes do
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Em julho, o MTST assumiu o
compromisso, em audiência de conciliação na 3ª Vara Cível de Itaquera, de deixar o terreno em até 45 dias.O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, disse ao G1 na época que o movimento concordou em desocupar a área mediante o compromisso de todas as esferas de viabilizar a construção de cerca de 2,6 mil apartamentos populares no mesmo local. Ele ressaltou que a saída do grupo é necessária porque a Caixa Econômica Federal não pode comprar uma área ocupada.
No acordo, a empresa dona da área também se comprometeu a firmar opção de compra e venda no prazo de 30 dias. Após a desocupação neste domingo, os integrantes do movimento fizeram uma passeata até a Arena Corinthians. De acordo com a Polícia Militar, duas mil pessoas caminharam até o estádio em Itaquera.
O empreendimento habitacional no terreno da Copa do Povo contará com recursos federais do programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) com complemento de subsídio do governo estadual e da Prefeitura de São Paulo. Em maio, às vésperas da abertura da Copa do Mundo em Itaquera, a presidente Dilma Rousseff visitou o estádio e recebeu representantes do MTST.
Na ocasião, ela prometeu atender, por meio do Ministério das Cidades, as reivindicações dos manifestantes por construção de moradia na ocupação. Em junho, a Câmara de Vereadores aprovou um projeto de lei que tratava da regularização da ocupação Copa do Povo.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou com vetos a lei, que possibilita a construção da habitação popular. O texto original do projeto foi redigido em meio a negociações realizadas pouco antes da aprovação da revisão do Plano Diretor.
A partir da sanção da lei, criam-se condições legais para a construção de moradias populares no terreno ocupado: a Prefeitura ou o governo federal podem incluir o terreno e seus invasores em programas habitacionais. Os sem-teto pretendem que a construção de moradias ocorra pelo Minha Casa, Minha Vida Entidades.
Integrantes do MTST comemoram aprovação da lei do Copa do Povo (Foto: Roney Domingos/G1)
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