Em contato com a assessoria de comunicação do PT, fomos informados que o partido desconhece a origem deste fato, e que as imagens serão levadas à coordenação para discussão e formulação de resposta oficial.
No palanque de Dilma, a "companheira" recessão.
Dilma não
estará sozinha nos palanques: terá a companhia dos sérios problemas que
seu governo criou, entre eles a recessão - mais uma mancha em sua
biografia. Editorial do jornal O Globo:
Se fosse
possível, os responsáveis pelas campanhas de Dilma e Aécio eliminariam
do calendário a semana que passou. Não teriam a má notícia da lépida
subida de Marina Silva na última pesquisa do Ibope, confirmada na noite
de sexta pelo Datafolha. E a presidente e candidata à reeleição, em
particular, escaparia do dissabor de manchar a biografia com a primeira
recessão da economia brasileira desde o último trimestre de 2008. A
queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre em relação ao primeiro —
quando já houve uma retração de 0,2%, numa sequência que configura a
recessão — consolida, por enquanto, a expectativa do mercado de que a
economia não deve conseguir crescer sequer 1% este ano.
“Recessão”
é termo forte, de fácil exploração política. Mas estão no palanque de
Dilma vários outros problemas, nem todos de fácil entendimento, mas nem
por isso menos espinhosos. A baixa confiabilidade do governo Dilma se
expressa na queda de 5,3% dos investimentos, no trimestre, também
calculada pelo IBGE. É nítida a postura de “esperar para ver” do
empresariado neste ano eleitoral.
Há
problemas semeados pelo próprio governo. Um deriva da decisão de
Dilma/Mantega de manter valorizado o real, para segurar uma inflação
renitente. Para isso, o Banco Central executa as tais operações de
“swaps”, pelas quais oferece dólares com compromisso de recompra futura.
Não gasta o dólar físico das reservas — bastante altas, em mais de US$
300 bilhões —, mas assume bilionários compromissos futuros. O saldo
líquido dessas operações, no momento, seria de US$ 90 bilhões. Tudo isso
faz a alegria de especuladores, que realizam a seguinte arbitragem, em
explicação simplificada: financiam-se lá fora a juros muito baixos,
pegam o dólar e o vendem no “spot”; com os reais, adquirem títulos no
Brasil que rendem 11% ao ano. Fazem ainda “hedge” para garantir dólares a
uma determinada cotação, num determinado prazo. E toda essa ciranda
quase não tem risco porque o BC evita a desvalorização do real, com os
“swaps”. Consta que muitos dos bilhões que entram hoje como
“investimento externo direto” de multinacionais vêm, na verdade,
participar desta ciranda. Eis porque, numa economia em recessão, bilhões
de dólares chegam como se fossem investimento. E cuja taxa continua
baixa, em relação ao PIB (14%).
Trata-se
de uma manobra que não pode durar muito, até porque o Fed está prestes a
anunciar que voltará a subir os juros nos EUA. Isso deflagrará mais uma
onda de desvalorização de moedas, e o nosso BC não poderá enfrentar
essa queda de braço cambial. Na verdade, os “swaps” são mais um
puxadinho de política econômica. E com efeitos contraditórios: seguram
artificialmente a inflação, junto com o congelamento de tarifas, mas
desestimulam as exportações de manufaturados, já com dificuldade de
competição por problemas de infraestrutura, burocracia, etc. Dilma e
assessores devem torcer para chegar logo outubro.
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