Medida passa a valer a partir desta quarta-feira (1º), no Hospital São Marcos. Maranhão não estaria fazendo repasse firmado em acordo no ano de 2010
“O estado do Maranhão tem dois hospitais, um situado na região Norte, em São Luís, e outro situado em Imperatriz, na área Leste, de maneira que eles têm como atender perfeitamente toda a sua população”, alega o secretário municipal de saúde, Noé Fortes. Há um acordo de 2010 em que a prefeitura de Teresina se disponibiliza para receber pacientes de algumas cidades maranhenses, mas, segundo o secretário, a demanda cresceu muito e não é mais possível manter o pacto nos mesmos moldes.
“Para mostrar a dificuldade que nós estamos passando, o Hospital São Marcos trabalha inclusive na madrugada, para atender não só os pacientes de quimioterapia como também de radioterapia. Isso é um desconforto para quem tem que sair de madrugada da sua residência para se tratar em um hospital de Teresina”, afirma Noé Fortes.
O secretário explica que os pacientes de Teresina não deixam de ser atendidos, mas que a alta demanda atrasa o tratamento. “Nós só temos um hospital, e ele está trabalhando no seu limite. Atendemos à lei no sentido de atendê-los dentro de 60 dias, mas precisamos ter cuidado com isso porque há um excesso não só para quem trabalha, mas principalmente para aquele que vai receber a atenção dos profissionais de saúde”, diz o gestor da saúde teresinense.
Existe ainda um outro problema, já que, segundo a prefeitura de Teresina, desde 2011 não é feito o repasse para cobrir os gastos com os pacientes vindos do Maranhão, que já acumula uma dívida de R$ 8 milhões. “O estado do Maranhão continua a dizer que não reconhece essa dívida. Já estivemos por 3 vezes tentando conversar, não se pode dizer que Teresina não procurou solucionar a dificuldade causada”, diz Fortes.
A ideia da prefeitura de Teresina não é romper o pacto totalmente, mas diminuir a sua abrangência. “Nós mostramos que não podemos atender mais as 39 cidades que nós atendíamos antes, porque a população cresceu. Nós temos que atender as cidades mais próximas, como Caxias e Timon”, defende o secretário de saúde, informando que 15% dos atendimentos de Teresina são de pacientes de outros estados.
Fortes finaliza dizendo que foi sugerido que o governo do Maranhão envie auditores a Teresina para confirmar a situação, mas garante que a reformulação alcançará apenas novos pacientes. “As pessoas do Maranhão que já estão inseridas no tratamento não sofrerão nenhuma descontinuidade. Apenas as novas que não poderemos mais atender”.
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