Hospital tem gente internada em corredores lotados, sem assistência.
Nesta quinta-feira, servidores fizeram paralisação por melhores condições.
Os repórteres Douglas Pinto e Elson Paiva entraram no hospital e testemunharam o sofrimento de dezenas de pacientes. Na unidade há preso de justiça nos corredores misturado com outros pacientes.
Presos do Complexo penitenciário de Pedrinhas e de outras unidades do Maranhão, quando precisam de atendimento médico, são levados para o Socorrão II. Como não existe uma ala separada para eles, eles ficam espalhados pelos corredores, em macas, junto com os outros pacientes. Alguns ficam algemados. Outros ficam sob vigília constante de um agente penitenciário.
Presos e pacientes dividem o mesmo espaço no Socorrão II (Foto: Reprodução/TV Mirante)
Os problemas não param por aí. Há muita gente internada em corredores
lotados, sem assistência médica. Doentes que esperam cirurgia há meses.
Faltam remédios e material para atendimento ortopédico. "Eu gastei R$
250 em remédio e atadura. Vou fazer dois meses aqui nesse lugar e nunca
foi operado e não tem nem previsão. Eu estou aqui esperando, sofrendo",
reclamou o lavrador Robenilson Nascimento.Um dia antes, os servidores do Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, realizou uma primeira paralisação de advertência.
Presa é mantida em maca, no corredor, junto com
demais pacientes (Foto: Reprodução/TV Mirante)
O secretário municipal de Saúde, César Félix, afirmou ao G1
que está aberto ao diálogo com os profissionais. "Designamos uma equipe
para propor ao sindicato a criação de um grupo técnico para que a gente
possa evoluir nos pontos que eles estão reivindicando. As coisas não
aconteceram ainda não é por negligência, mas sim, pelas condições que
nós temos no momento. Continuamos abertos ao diálogo para que dentro do
possível todas as reinvindicações, tanto dos servidores do Socorrão II
como os servidores do Socorrão I, sejam atendidas", disse o secretário.demais pacientes (Foto: Reprodução/TV Mirante)
A Prefeitura de São Luís não se manifestou sobre a situação no Socorrão II nem em relação às reivindicações dos servidores do hospital. Já a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária informou que, anteriormente, o hospital disponibilizava uma área para os detentos, mas que há alguns anos, a direção do Socorrão II decidiu desativar o espaço, afirmando que o atendimento aos presos deveria ocorrer nos setores comuns, de acordo com a enfermidade apresentada.
A Sejap ressalta que a atual direção do hospital, em acordo com a secretaria, já decidiu construir um espaço específico para atendimento aos presos de justiça, mas a obra ainda está em processo de licitação.
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