Centro Nacional de Cirurgia Plástica calcula aumento em até 30% no país.
Consultório carioca registra número ainda maior e celebra 'agenda lotada'.
Dentista
que é fã de blocos no Rio de Janeiro fez cirurgia e não se arrependeu:
"Valeu a pena" (Foto: Rachel Crokidakis/Arquivo pessoal)"O carnaval e o verão são marcos para qualquer carioca, o famoso 'projeto carnaval'. As brasileiras valorizam muito o contorno glúteo e há um aumento muito grande na procura [por próteses no bumbum]. Antigamente, eram três por ano. Hoje, são três por mês. Já as próteses de seios, só consultando os arquivos. São dezenas, aumentaram mais de 40% em relação ao resto do ano. A agenda fica completamente lotada", garante o cirurgião.
A estudante Keli Barreto e a dentista RachelCrokidakis exibem próteses: ambas passaram por
cirurgias nos seios Foto: Gabriel Barreira/G1)
Além da obsessão por causa do feriado, o aumento está associado ao recebimento do 13º salário e das férias, já que o tempo de recuperação do pós-operatório pode ser de até 30 dias, como explica o diretor do Centro Nacional de Cirurgia Plástica, Arnaldo Korn. "As férias de dezembro e janeiro são importantes, pois os pacientes aproveitam este tempo para se recuperar", diz o diretor do Centro, que costuma intermediar a relação entre o paciente e o médico.
Justamente por isso, a advogada Brena Eyer Matesco aproveitou o final do ano para poder fazer a cirurgia em uma clínica em São Conrado. Trabalhando na área de festas e eventos, aproveitou para se recuperar da cirurgia em novembro e voltar com tudo ao batente em dezembro — época mais movimentada do ano. Mas, claro, sem perder a estação mais quente do ano. "Queria aproveitar para estar assim no verão. Mudou minha vida completamente, estou muito mais feliz. Sou apaixonada por praia", disse ela.
Preocupada com as possíveis dores e as consequências da intervenção estética, a mineira Keli Barreto cancelou a viagem que já estava marcada para a Europa. "O médico me sugeriu: 'por que você não faz antes de viajar?' Então juntei os dois. Vou me preparar para o carnaval e ficar com o corpo bonito", contou a estudante de direito de 36 anos.
O investimento custa alguns milhares de reais, mas o "quanto" é considerado um tabu pelos cirurgiões. Mesmo assim, a procura é grande. Os médicos, aliás, precisam ter cuidados para não realizar implantes "impossíveis". "Às vezes a paciente deposita uma expectativa na cirurgia que o médico não pode curar: a perda de um marido, o término de um relacionamento, algum problema focal da vida", resume Kom.
Doutor
Luiz Felipe Reis celebra aumento de até 40% de implantes de silicone em
seu consultório na Barra da Tijuca (Foto: Gabriel Barreira/G1)Um dia depois do outro, as amigas Jacqueline Apecuita, de 34 anos, e Simone Torreão, de 40, também foram para a tesoura. O resultado, segundo elas, foi o melhor possível. "É claro que não vou sair pelada em escola de samba, mas nós queríamos ficar bem com nós mesmas e com as outras mulheres — porque mulher se arruma mais para as outras", disse Jacqueline, com o aval da amiga. "O problema é que agora a gente quer colocar um biquininho e o marido fica com ciúme", lembrou, aos risos.
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