Ataque ocorreu na Rua Guabiroba de Minas, em São Miguel Paulista.
Desde o dia 1°, 33 coletivos já foram incendiados na capital, diz SPTrans.
Um ônibus é incendiado na Rua Gabiroba de Minas, Zona Leste de SP (Foto: Edison Temoteo/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Segundo a PM, ninguém ficou ferido, e os suspeitos fugiram. O motivo do ato de vandalismo também não foi informado. A ocorrência será registrado no 68° Distrito Policial (Lajeado).
Com mais esse ataque, chega a 33 o número de ônibus municipais queimados na capital desde o dia 1° de janeiro – mais de um por dia –, segundo a empresa São Paulo Transportes (SPTrans). Além deles, outros 66 coletivos foram depredados em diferentes distritos da cidade e da Região Metropolitana – só na Grande São Paulo, 26 coletivos intermunicipais foram atacados e destruídos em janeiro, segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU).
O número de ônibus queimados e depredados este ano já superou todo o primeiro semestre do ano passado, quando foram registrados 21 veículos desse tipo queimados na capital paulista.
Medidas urgentes
O Ministério Público de São Paulo quer que as autoridades adotem medidas urgentes para restabelecer a circulação de ônibus nos locais onde foram registrados ataques, informou o SPTV na quarta-feira. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que vai reforçar o policiamento, nos bairros onde os veículos foram atacados, com dois batalhões de choque: a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e uma tropa que faz o policiamento em jogos de futebol.
O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, garantiu que, com o reforço policial, os coletivos conseguirão circular. "O comandante geral da PM já está tomando as providências para que não haja problemas. Os ônibus vão chegar até os seus destinos."
O promotor Saad Mazloum, autor de um inquérito civil que investiga a qualidade do sistema de transporte público, vai intimar representantes das empresas de ônibus, a SPTrans e os comandantes de área da PM das regiões onde houve os ataques.
De acordo com a SPTrans, o problema atinge os passageiros dos bairros Jardim João XXIII e Jardim Educandário, na Zona Oeste, e Jardim Ângela, na Zona Sul. Com medo de novos ataques, os ônibus desses locais não estão fazendo o itinerário completo.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou na quarta-feira que a situação é preocupante, porque as empresas alegam não ter segurança para circular. Haddad disse que pediu reforço policial ao governo do estado. "A preocupação é enorme em relação à segurança das pessoas", disse.
Linhas afetadas
De acordo com a SPTrans, até as 17h45 de quarta-feira, pelo menos três linhas de ônibus não estavam operando ou funcionavam parcialmente no Jardim Ângela, sob a alegação de falta de segurança. São elas:
- 6014/10 Terminal Rod. Jardim Jacira – Terminal Santo Amaro
- 6840/10 Terminal Rod. Jardim Jacira – Terminal Capelinha
- 7004/10 Terminal Rod. Jardim Jacira – Estação Santo Amaro/Guido Caloi
Além disso, duas linhas estavam operando parcialmente, retornando antes da parada final:
- 7005/10 Jardim Vera Cruz – Jardim Ângela (circular)
- 7006/10 Jardim Horizonte Azul – Jardim Ângela (circular)
Ao todo, 120 mil passageiros foram prejudicados na quarta-feira, de acordo com balanço da SPTrans, que destacou "estar mobilizada no sentido de garantir o direito e o acesso ao transporte público a todos os paulistanos usuários do sistema".
Levantamento
Na quarta-feira, um ônibus foi incendiado na Estrada do M'Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo. Foi o quarto ônibus atacado na região em apenas dois dias. Na noite de terça-feira (28), outro coletivo foi queimado em Cidade Kemel, no extremo da Zona Leste.
Os problemas se acentuaram na segunda-feira (27), quando 12 linhas de concessionárias e permissionárias recolheram suas frotas para as garagens durante parte do dia na região do Jardim Ângela, cortada pela Estrada do M'Boi Mirim. Entre o final de semana e terça-feira, cerca de 200 mil passageiros foram prejudicados nas zonas Sul e Oeste da cidade, em decorrência da suspensão de operações e do encurtamento de itinerários, registrados em 22 linhas das 1.264 que compõem o sistema.
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