MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 1 de dezembro de 2012

Festa de réveillon em lajes de favelas pacificadas do Rio custa até R$ 1 mil


Valor é de convite para festa no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana.
Festas em outras comunidades da Zona Sul saem a partir de R$ 200.

Mylène Neno Do G1 Rio

Vista do Favela Inn Hostel, no Chapéu Mangueira, no Leme, que oferece festa de réveillon a R$ 200 por pessoa (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Vista do Favela Inn Hostel, no Chapéu Mangueira: réveillon a R$ 200 por pessoa (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
As comunidades pacificadas do Rio investem pesado em festas de réveillon que têm como diferencial a vista panorâmica para a tradicional queima de fogos de Copacabana, na Zona Sul. Os preços variam de R$ 200 a R$ 1 mil por pessoa.
A laje mais cara do Rio é a da Dona Azelina dos Santos, na comunidade do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul da cidade. A idosa de 79 anos, moradora da comunidade há 63, faz junto com a filha, Valdete, a 4ª edição da festa que tem uma vista privilegiada do grande palco do réveillon carioca: do alto da casa é possível ver toda a orla do Leme ao Posto 6, em Copacabana, e ainda parte da Praia de Ipanema e do Pão de Açúcar, além de Niterói, ao fundo.
O valor de R$ 1 mil – que faz com a que a festa na laje de Dona Azelina seja uma das mais caras da cidade, desbancando hotéis tradicionais e pontos turísticos como o próprio Pão de Açúcar – é cobrado para quem não é morador do Rio. O valor para cariocas (e convidados de cariocas) é de R$ 450.
Daniel, Dona Azelina e Valdete brindam os quatro anos de sucesso do réveillon na laje do Pavão-Pavãozinho (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Daniel, D. Azelina e Valdete brindam numa prévia do réveillon na laje do Pavão-Pavãozinho (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Além de mais "salgada", a festa na laje do Pavão-Pavãozinho este ano está mais "chique" e, a pedido da dona da casa, não terá cerveja, para evitar "complicações", segundo ela, com os mais "desregrados". Entre as bebidas oferecidas nesta edição estão champanhe, uísque importado 12 anos e caipivodka. No cardápio há "rigatoni ripieno di rabada", paella carioca e salgadinhos feitos pela dona da casa. A laje tem capacidade para 60 pessoas, sendo 30 da própria comunidade e 30 de fora, com o objetivo de promover a integração entre o morro e o asfalto.
"Eu já estou sabendo que o réveillon do Pavão alcançou a posição de quinto mais caro do Rio de Janeiro. Mas isso é uma injustiça. Ele deveria ser, na verdade, o mais caro. Essa é uma meta para o ano das Olimpíadas. Agora, nós estamos em 5º lugar, mas eu garanto uma coisa: essa vista é imbatível, nenhum réveillon do mundo tem a vista da casa da Dona Azelina", afirmou Daniel Plá, professor de varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que atua como voluntário na organização das festas de réveillon nas lajes do Pavão-Pavãozinho e da comunidade vizinha do Cantagalo.
No Cantagalo, comunidade entre os bairros de Copacabana e Ipanema, a festa será mais "popular", com direito a churrasquinho, cerveja e caipirinha à vontade, e sai por R$ 250 por pessoa. Mas a laje tem uma capacidade menor: comporta até 10 pessoas. Segundo Daniel Plá, toda a renda obtida com as festas é revertida para os próprios moradores da comunidades envolvidas.
"O grupo vem todo junto, mesmo os que vão ficar no Cantagalo, todo mundo sobe no mesmo elevador e a gente já vai cumprimentando o pessoal das biroscas, e já vai bebendo caipirinha – e até pra gerar uma pequena renda pras biroscas que estão no meio do caminho, isso sem pressa, pra gerar uma interação com os moradores", conta Daniel, acrescentando que, quem quiser, poderá aproveitar a subida ao morro para aprender a tocar tamborim, com músicos da comunidade. "É um momento também interessante porque os moradores estão descendo pra Copacabana, é o movimento inverso, pessoas de fora subindo e moradores descendo, mas não chega a ter engarrafamento, não", brinca o professor.
Mais informações sobre as festas de réveillon do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho pelo telefone (21) 8671-1222, com Daniel Plá, ou pelo e-mail: daniel@depla.com.br.
Favela Inn Hostel, no Chapéu Mangueira, no Leme, oferece festa de réveillon a R$ 200 por pessoa (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)A administradora do Favela Inn Hostel, Cristiane de Oliveira, organiza a festa de réveillon no albergue do Chapéu Mangueira, no Leme (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Outra opção de réveillon na laje é a festa no Favela Inn Hostel, no Chapéu Mangueira, no Leme. O pacote do albergue – que tem vista panorâmica do Leme ao Posto 6 – dá direito a uma diária (de 31/12 a 01/01), festa na laje com buffet liberado e café da manhã do dia 31 e do dia 1º. "Ainda não fechamos o cardápio, porque vamos fazer de acordo com a preferência dos convidados, se são vegetarianos ou não, por exemplo. Gosto de dizer que tudo aqui é sustentável, até a comida", brinca a administradora do albergue, Cristiane de Oliveira, na laje decorada com artesanato feito com material reciclável por artesãs de diversas comunidades cariocas.
A festa do Favela Inn Hostel sai por R$ 200 por pessoa, com bebidas à parte. A capacidade é para 26 pessoas. Mais informações pelo telefone (21) 3209-2870 (Cristiane ou Vítor) ou pelo e-mail favelainn@hotmail.com
No Vidigal, a chef Léa Silva, também conhecida como Tia Léa, abre seu restaurante "Laje da Tia Léa" para mais uma edição da festa de réveillon no alto da comunidade do Leblon, também na Zona Sul. O convite custa R$ 200 por pessoa e dá direito a buffet completo e bebidas à vontade, mas o cardápio ainda está sendo elaborado pela chef. A capacidade máxima é de 45 pessoas. Mais informações pelos telefones (21) 8089-9961 e (21) 7551-8095.

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