Carros que pertenceram a Luiz Gonzaga são atrações para visitantes.
Jovem de 23 anos tatuou a imagem do Rei do Baião como homenagem.
Veraneio levava o velho Lua pelas estradas do Brasil (Foto: Luna Markman/G1)
Luiz Gonzaga era um viajante nato. Sua casa preferida era o carro que o
levava pelas estradas até as praças, parques, circos e qualquer lugar
com gente afim de escutar o seu forró. Quando a saudade da terra natal, Exu,
no Sertão Pernambucano, batia forte, Gonzagão se refugiava na casa
grande do Parque Aza Grande, reduto que construiu em uma fazenda
comprada ainda na década de 1970. Muitos turistas visitaram, na tarde
deste sábado (15), o local. Gente fã mesmo, que tem até uma imagem do
Rei do Baião tatuado no corpo.
Thiago Ferraz fez uma tatuagem com a imagem de
Gonzagão (Foto: Luna Markman/G1)
O bancário Thiago Ferraz, de 23 anos, tatuou há cinco meses, em
Petrolândia, também no Sertão do estado, onde mora, um desenho de
Gonzagão. "Tem tudo que representa ele e o Nordeste, uma sanfona, o
gibão, o chapéu de couro, a asa branca. Quis fazer essa homenagem no
centenário dele porque sou fã dele desde criança", contou.Gonzagão (Foto: Luna Markman/G1)
Foi a primeira tatuagem do jovem. A decisão não foi muito bem recebida pelo pai, que, segundo ele, é meio careta. A pintura demorou uma hora e meia. "Doeu muito, principalmente na hora de fazer a sanfona. Só me lembrei daquela música que diz "chora sanfoninha, chora, chora...", porque eu chorei junto", brincou. Apesar do sofrimento, Thiago diz que está valendo a pena. "Todo mundo está gostando agora. Lá em Petrolândia, o povo está todo 'abaianado', ouvindo pagode, fiz isso para reforçar ainda mais minha identidade cultural", explicou.
Tatuagem de Thiago na perna em homenagem ao Rei do
Baião (Foto: Luna Markman/G1)
É essa conexão com Gonzaga que muitos nordestinos têm, ressaltando o
homem que exaltou as belezas e revelou as tristezas da região. O Parque
Aza Branca guarda as casas que Lua e Januário, pai dele, moraram. Ainda
tem um museu com o acervo do artista. Pés de acácia e juazeiro, que
inspiraram as músicas. Tendas vendendo chapéu, sandálias e bolsas de
couro. Tudo um pouquinho mais caro que o normal. É que o comércio
aproveita a boa movimentação.Baião (Foto: Luna Markman/G1)
A operadora de caixa Damiana Sales e a irmã Margarida Reinaldo são de Exu, mas moram há 20 anos na Bahia. Já visitaram o Parque Aza Branca diversas vezes, mas, neste sábado, conheceram uma novidade: a Veraneio modelo 1976, que foi usada para levar Luiz Gonzaga para apresentações por todo o País.
Juazeiro era um dos lugares preferido do velho Lua no
Parque Aza Branca (Foto: Luna Markman/G1)
"É muito legal ver as coisas pessoais que ele usava, a gente se sente
mais perto, é emocionante. Eu moro na Bahia e você precisa ver, ele está
um sucesso lá por causa dos cem anos, e eu fico orgulhosa de dizer que
sou de Exu. Eu ainda cheguei a vê-lo, na cadeira de rodas, quando eu era
criança. Meu irmão mais velho ganhou muitas vezes dinheiro de Gonzaga,
porque ele gostava de distribuir trocado para os meninos", contou
Damiana.Parque Aza Branca (Foto: Luna Markman/G1)
Outro veículo que pertenceu a Luiz Gonzaga, nos anos 1980, que está em exposição no Parque Aza Branca, é uma caminhonete, toda estilizada. Hoje, o dono é o sanfoneiro cearense Waldonys, que é afilhado de Lua. Muita gente parou para tirar fotos, assim como na nova estátua em homenagem ao Rei do Baião.
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