MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Após protesto, Dilma comenta retirada de 'direitos reprodutivos' da Rio+20


Grupo de mulheres mostrou cartazes à presidente durante evento no Rio.
Dilma afirmou que 'é preciso recuar de argumentos para permitir outros'.

Giovana Sanchez e Bernardo Tabak Do G1, no Rio

Na saída do evento, a presidente Dilma não parou para falar com a imprensa (Foto: Bernardo Tabak/G1)Dilma participou de encontro com mulheres e foi
alvo de protestos (Foto: Bernardo Tabak/G1)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (21) que "é preciso recuar de argumentos para permitir outros" ao comentar a retirada da expressão "direitos reprodutivos" do rascunho final da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
“Exercer o multilateralismo implica, necessariamente, em levar em consideração posições diversas. Diversas como? Diversas das minhas, ou da de cada um de nós”, ressaltou a presidente.
“Se não temos todas as opiniões representadas, é por conta da multilateralidade, em que é preciso recuar de argumentos para permitir outros”, afirmou Dilma.
A presidente, que já havia discursado no início do evento "O futuro que as mulheres querem", pediu a palavra novamente para responder a um grupo de feministas que protestava com cartazes a favor do direito e saúde reprodutivos, em protesto contra a exclusão da expressão.
O documento será apresentado aos chefes de Estado reunidos na conferência para assinatura nesta sexta-feira (22).
“O multilateralismo é muito importante como forma de relação entre povos, nações e governos. Até duas décadas, havia a prática do bilateralismo e das posições hegemônicas. Temos que dar os parabéns a Michelle Bachelet (ex-presidente do Chile e diretora da ONU Mulher) que conseguiu tirar um documento entre todos os países aqui representados”, concluiu Dilma.
Segundo organizações não-governamentais, o termo foi retirado por pressão de países muito religiosos e usado como moeda de troca na barganha por outros aspectos do texto.
Michelle Bachelet (centro), comandou o evento da Cúpula das Mulheres Líderes ao lado de Dilma Rousseff (esquerda) e Laura Chinchilla (direita) (Foto: Alexandre Durão/G1)Michelle Bachelet (centro), comandou o evento da Cúpula das Mulheres Líderes ao lado de Dilma Rousseff (esquerda) e Laura Chinchilla (direita) (Foto: Alexandre Durão/G1)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define "direitos reprodutivos" como o reconhecimento do direito básico de casais e indivíduos de decidir "o número, o espaçamento e o momento de ter filhos e de ter a informação e os meios necessários para fazê-lo".
O direito ao controle de natalidade e planejamento familiar e, consequentemente, a métodos contraceptivos, desagrada a países com forte influência da religião.
Dilma lança 'Chamado para ação'
Durante o evento, Dilma lançou um "chamado para ação" junto com outras líderes mundiais para alertar para a contribuição feminina na concretização dos objetivos de desenvolvimento sustentável.
Além de Dilma e Bachelet, o encontro contou com a participação da presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, e da Lituânia, Dalia Grybauskaitè, entre outras líderes.
A presidente brasileira reforçou a necessidade de abordar o tema no âmbito do novo paradigma ambiental, discutido na Conferência.
"A Rio+20 nos apresenta a possibilidade e o desafio de incorporar os direitos das mulheres como dimensão crucial e estrutural do processo de desenvolvimento sustentável. Sem isso não atingiremos os objetivos que nos trazem ao Rio de Janeiro", disse ela.
Dilma falou ainda sobre as conquistas brasileiras no tema, afirmou que, no programa Bolsa Família, 93% dos cartões de transferência de renda estão nas mãos de mulheres e enfatizou o papel cada vez mais masculino nas tarefas domésticas.
"A expansão [das mulheres] em quase todas as sociedades deve também ser acompanhada pelo correspondente engajamento dos homens nas tarefas domesticas e no cuidado de filhos e filhas e demais familiares. Um trabalho invisível, mas que precisa ser compartilhado e reconhecido."

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