A frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou uma nota ontem contra o que classificou como atos criminosos
14 horas e 32 minutos
Por Ana Luiza Antunes
Em resposta às invasões realizadas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no início da semana, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou uma nota ontem contra o que classificou como atos criminosos, "resultado da conivência histórica com a impunidade."
Segundo a entidade, as ações deflagradas em fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano e de um segundo proprietário no sul da Bahia, são uma "desculpa" para o "cometimento de crimes": "Não há o que se defender e nunca haverá motivação apropriada para cometer crimes", afirmou a FPA.
Segundo a Suzano, as propriedades da companhia foram danificadas
durante as invasões. O MST reiterou a continuidade das ações, alegando
que pretende negociar com os governos federal e estaduais a retomada da
reforma agrária, além de um projeto para a agricultura familiar
camponesa.
Para a FPA, a reforma agrária deve ser feita a partir de
meios que diferem da invasão e ocupação, de forma a garantir o direito à
propriedade privada, uma das principais bandeiras defendidas pela
bancada ligada ao agronegócio no Congresso Nacional. "Necessário
acrescentar que a invasão, seja qual for a gravidade e as consequências,
traz prejuízo permanente aos produtores rurais", argumentou a Frente.
"Sem contar, obviamente, os danos econômicos ao setor produtivo e à
nação."
Nota divulgada pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e
Agricultura destaca a preocupação com o risco de as invasões alimentarem
a "traumática polarização ideológica" que acomete o cenário nacional.
Para o ex-governador Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira
de Árvores (Ibá), as invasões "vão na contramão do desejo de
fortalecimento da democracia ao aprofundar as divisões do País".
A justiça da Bahia determinou nesta quinta-feira, 2, a reintegração de posse de uma fazenda da Suzano no município de Mucuri. Em decisão estabelecida pelo juiz Renan Souza Moreira, os integrantes terão multa de R$ 5 mil por dia em caso de descumprimento da ordem. O uso de força policial para a desocupação foi autorizado pelo magistrado caso seja necessário.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), evitou fazer críticas às recentes invasões do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) a fazendas no sul da Bahia, e afirmou que pretende mediar as negociações entre o grupo e a empresa Suzano, proprietária das áreas.
Segundo ele, a ocupação diz respeito a um conflito que já dura 10 anos. A ação, portanto, seria uma resposta à ausência de negociação entre o MST e a empresa. De acordo com os sem-terra, a Suzano não teria cumprido sua parte - a empresa nega o descumprimento.
Fonte: Agência estado
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