Enquanto metade dos municípios brasileiros não têm planos de ação, 60% já sofreram com mudanças climáticas Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que metade das cidades brasileiras não possuem planos de ação relacionados às mudanças climáticas, embora 60,4% delas já tenham sofrido com episódios de eventos climáticos extremos, como inundações e enchentes. Em
2023, segundo dados do Boletim do Cemaden (Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o Brasil registrou o
maior número de desastres naturais da série histórica. Foram 1.161 tragédias,
sendo 716 associadas a eventos hidrológicos, como transbordamento de
rios, e 445 de origem geológica, como deslizamentos de terra. Dentre os municípios com maior ocorrência estão Manaus (AM), São Paulo (SP) e Petrópolis (RJ). Foram registradas ainda 132 mortes associadas a chuvas, com 9.263 pessoas feridas ou enfermas, e 74 mil desabrigados. No total, 524 mil pessoas ficaram desalojadas. Os prejuízos econômicos informados pelo sistema se aproximam de R$25 bilhões, somadas as áreas pública e privada. O caso mais recente e exemplar da importância de planos de ações relacionados às mudanças climáticas é a tragédia do Rio Grande do Sul. “Se as cidades tivessem planos para mudanças climáticas, as respostas à tragédia teriam sido mais rápidas e eficazes”, defende Carolina Marchiori, assessora de advocacy em assuntos de economia verde no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). O enfrentamento às mudanças climáticas esbarra, no entanto, no orçamento dos municípios. Segundo o CNM, 71,3%
das cidades brasileiras afirmam que não possuem recursos próprios e que
necessitam de mais dinheiro para a execução das suas ações ambientais. Entre
as possíveis soluções estão a criação de órgãos fiscalizadores nos
municípios, que pode melhorar a arrecadação própria e ampliar os
investimentos em ações climáticas, e o aproveitamento de políticas
públicas existentes a nível federal e estadual. É o caso do ICMS
Ecológico, que hoje está presente em 18 estados brasileiros e é um bom
exemplo de política pública que tem tanto uma função compensatória
quanto incentivadora de proteção ambiental. Com a aprovação da reforma
tributária no Congresso, ele será expandido com a substituição do ICMS
pelo IBS, de tal modo que a política passará a valer para todos os
estados a partir da sua implantação. Carolina Marchiori* é
assessora de advocacy em assuntos de economia verde no Instituto
Democracia e Sustentabilidade (IDS). Economista de formação, com
mestrado na mesma área, pela Unesp, é doutoranda interdisciplinar em
Política de C&T, na Unicamp. Atuou como Analista de Pesquisa em
consultorias, desenvolvendo relatórios, estimativas e artigos
relacionados às indústrias. Foi professora universitária, com trabalhos
orientados para a formulação de estratégias junto ao governo, em
benefício da sociedade. Sobre o IDS O
Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) é uma organização
dedicada à promoção da democracia participativa, à sustentabilidade e à
justiça social. Por meio de projetos, pesquisas e iniciativas
inovadoras, o IDS busca contribuir para o desenvolvimento de políticas
públicas mais eficientes e inclusivas. Imprensa Jangada Consultoria de Comunicação Juliana Lima | juliana@jangada܂in | 11 95996 2966 Giovanna Passos | giovanna@jangada܂in | 11 99924 6476 Gabriela Clemente | gabriela@jangada.in | 11 99541 3452 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário