São Paulo, 23 de julho de 2024 - Uma estimativa
da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) apontou que em
torno de 30% dos gastos em saúde privada no Brasil são desperdícios. Em um estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), realizado em colaboração com a EY, revelou que fraudes e desperdícios levaram a perdas financeiras de até 34 bilhões de reais só no ano de 2022. Os
dados refletem, entre muitos outros fatores, exames que são
desnecessários, sendo realizados por excesso de zelo ou falta de
coordenação entre os prestadores de serviços.
“Uma
das lendas criadas em torno do cuidado com a saúde é que para um médico
ser considerado bom e atencioso, ele deve pedir muitos exames. O que
não é verdade e pode causar só desperdícios. Um bom exemplo está no
check up. Não faz sentido manter certos pedidos apenas por serem comuns
ou de fácil acesso. Eles precisam oferecer mais benefícios do que
prejuízos aos pacientes”, comenta Thiago Liguori, Chief Medical Officer
da Pipo Saúde. “É preciso encontrar um equilíbrio com uma lista de check
up mais flexível, que faça um rastreamento apenas do que de fato é
recomendado”, complementa.
Em
um check-up convencional são solicitados exames de sangue e imagem.
Mas, segundo um levantamento da health tech Pipo Saúde, feito com uma
base de 50 mil usuários, quando
um check-up é feito de forma customizada para as características de cada
pessoa, a economia pode ficar na casa de 64% para uma empresa.
Isso porque os exames são personalizados, solicitados de formas
diferentes para a necessidade de cada pessoa, o médico não segue uma
lista padrão. Considerando um
check-up anual por pessoa, em uma empresa de mil funcionários, a
economia pode ficar em cerca de R$ 323 mil por ano.
“Conseguimos
enxergar mais facilmente essa personalização de atendimento e pedidos
de exames em médicos da família, que têm um olhar e treinamento de
atenção primária, já conhecem o histórico do paciente. Uma forma de
praticar saúde, que foca em custo-efetividade”, comenta Liguori.
Levando
para a ótica corporativa, vemos esta forma de cuidado com a saúde sendo
mais praticada em empresas que possuem ambulatório próprio,
teleatendimento e outras ofertas de orientações médicas próprias. Na
Pesquisa de Benefícios de Saúde de 2024, realizada pela Pipo Saúde em
parceria com a MIT, foi identificado que a preferência por ofertas de
orientações médicas próprias está crescendo nas empresas, principalmente
naquelas com mais de 500 funcionários. Das 536 empresas consultadas,
56% delas ofereciam algum tipo de orientação médica - sendo 48% delas
empresas com mais de 2 mil funcionários e 20.8% delas entre 501 e 2000
funcionários. “Já notamos hoje um maior interesse das empresas,
principalmente das maiores, em oferecer um atendimento próprio, mais
próximo, customizado, eficiente, adequado e ainda por cima mais
econômico”, complementa o médico.
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