Ensaio de Ary Quintella, publicado pelo Estado da Arte:
É
possível que haja formas melhores de passar uma manhã de sábado do que
lendo poemas de Jorge Luis Borges. Mas é possível também que não, como
deduzi recentemente em Kuala Lumpur. Era um sábado ensolarado, mas a
semana fora árdua e, à noite, eu teria um compromisso de trabalho, e
outro no domingo à tarde. Passar as poucas horas de liberdade
disponíveis no fim de semana em casa lendo a poesia de Borges pareceu a
melhor opção.
Nossos
livros do escritor argentino estão todos em Singapura. Isso é justo,
porque foi minha mulher quem, quando namorávamos, fez com que eu me
apegasse à força das suas obras. Um dos primeiros presentes que ela me
deu foi uma edição de bolso, com o selo conjunto Alianza/Emecé, de El
informe de Brodie. A capa era azul clara, com a imagem de um relevo de
mármore branco representando o rosto de uma criança. A boca era coberta
por duas bandagens, também brancas, cruzadas sobre o mármore.
Um
dia, o volume desapareceu. Nunca soubemos o que aconteceu. Talvez tenha
caído atrás de um móvel e, por isso, sido deixado para trás em alguma
mudança. Talvez nós o tenhamos emprestado a alguém que nunca o devolveu.
Tampouco está claro o ano em que desapareceu. Quando um de nós quis
reler o livro, ou consultá-lo, não se pôde encontrá-lo. Descobriu-se
que, em algum momento, ele deixara de existir nas nossas estantes.
O
sumiço de El informe de Brodie tomou ares de mistério. Anos ou décadas
depois, ainda é tema de conversa. O desaparecimento do livro condiz com o
enigma da capa, com aquela criança — ou figura angelical — de mármore
impedida de falar. O exemplar foi substituído por outro, com o selo
apenas da Alianza e capa diferente. Não era porém o volume que indicara o
início do namoro, e do qual se esperava que nos acompanhasse pelo resto
da vida. Em seu opúsculo sobre Borges, com quem conviveu, Alberto
Manguel comenta que uma biblioteca particular é como a autobiografia de
seu proprietário. Se isso é verdade, há então uma lacuna na história do
meu casamento.
De
volta de alguns dias de férias em Singapura, trouxe comigo o terceiro
dos quatro volumes das obras completas de Borges pela editora Emecé, que
inclui os livros do escritor publicados entre 1975 e 1985. Os seus
últimos, portanto, tendo ele morrido em 1986. É uma edição
insatisfatória. Vem sem notas. Há também ao menos um erro de diagramação
e outro de acentuação. Naquele sábado em Kuala Lumpur, absorto nos
poemas de Borges, tive um pensamento herético, logo rejeitado por
absurdo, o de encomendar os dois volumes de sua obra publicados pela
Gallimard, na Bibliothèque de la Pléiade. Obviamente, não faria sentido
deixar de ler Borges em espanhol para lê-lo em francês. Sonhei porém com
o extenso aparato crítico que a edição deve conter, como todo volume da
coleção da Pléiade.
Precisei
contentar-me com o que estava ao meu alcance em Kuala Lumpur, aquele
único volume da edição seca da Emecé. Afinal, como o próprio Borges nos
diz, na sua palestra em Siete Noches (1980) sobre a poesia, deve-se ler a
obra, e não obras sobre a obra. Explica ele: “Cuando mis estudiantes me
pedían bibliografía, yo les decía: ‘no importa la bibliografía; al fin
de todo, Shakespeare no supo nada de bibliografia shakespeariana […]
¿Por qué no estudian directamente los textos?”
Minha
repentina mas temporária cobiça pela edição da Pléiade, porém, se
justificava. Eu não queria uma obra sobre a obra, mas comentários sobre
alguns versos. Depois do almoço, já pensando que em poucas horas teria
de me arrumar para trabalhar de noite, passei à leitura de algumas das
palestras de Siete Noches, aquelas dedicadas ao budismo, à Divina
Comédia e à poesia. Esta última pareceu-me mais árida do que as duas
outras. Talvez Borges não estivesse em forma quando a proferiu. É um
texto certamente menos recompensador para o leitor do que as seis
conferências sobre poesia que deu em inglês na Universidade de Harvard
de outubro de 1967 a abril de 1968. Naquele ano universitário, Borges
proferiu as Charles Eliot Norton Lectures; elas foram publicadas em um
livro lançado em 2000, This Craft of Verse.
Também
Siete Noches é uma coleção de conferências, dadas em Buenos Aires em
1977. Apenas uma delas é sobre arte poética, embora outra, tratando da
Divina Comédia, seja sobre um poema específico. É injusto, eu bem sei,
comparar uma única palestra curta de 1977 com as seis de 1967-1968. O
fato porém é que o texto em Siete Noches, onde o escritor parece
distante, pouco entusiasmado, empolga menos do que This Craft of Verse.
Nesse livro, ao terminar a quinta palestra ele anuncia o tema que
abordará na seguinte, a última: “I am sorry to say that in the last
lecture I shall be speaking of a lesser poet — a poet whose works I
never read, but a poet whose works I have to write”, sendo esse poeta
“menor” ele mesmo.
Acontece
que nada em Borges é inútil, tudo dele merece ser lido, e mesmo a aula
sobre poesia proferida em Buenos Aires em 1977 contém frases memoráveis,
como esta, que parece extraída de uma obra de Oscar Wilde: “Hay
personas que sienten escasamente la poesía; generalmente se dedican a
enseñarla”. Ou estas, que parecem ecoar Ralph Waldo Emerson: “La
belleza está acechándonos” e “La belleza está en todas partes, quizá en
cada momento de nuestra vida”. Essa última frase, aos meus ouvidos,
possui o mesmo ritmo daquela com que Emerson inicia seu ensaio sobre a
amizade: “We have a great deal more kindness than is ever spoken”.
Naquele
sábado em Kuala Lumpur, toda hora eu voltava a um poema intitulado
“Tríada”, publicado no último de seus livros, Los Conjurados, de 1985.
Antes de citar o poema, convém mencionar o prólogo de Los Conjurados.
Ali, Borges, chegando ao final da vida, cego, escreveu: “Al cabo de los
años he observado que la belleza, como la felicidad, es frecuente. No
pasa un día en que no estemos, un instante, en el paraíso. No hay poeta,
por mediocre que sea, que no haya escrito el mejor verso de la
literatura, pero también los más desdichados. La belleza no es
privilegio de unos cuantos nombres ilustres. Sería muy raro que este
libro, que abarca unas cuarenta composiciones, no atesorara una sola
línea secreta, digna de acompañarte hasta el fin”.
Há muita coisa, em Los Conjurados, que eu espero possa me acompanhar “hasta el fin”. A começar por “Tríada”. Este é o poema:
El alivio que habrá sentido César en la mañana de Farsalia, al pensar: Hoy es la batalla.El alivio que habrá sentido Carlos Primero al ver el alba en el cristal y pensar: Hoy es el día del patíbulo, del coraje y del hacha.El alivio que tú y yo sentiremos en el instante que precede a la muerte, cuando la suerte nos desate de la triste costumbre de ser alguien y del peso del universo.
São
versos que impressionam; “cuando la suerte nos desate de la triste
costumbre de ser alguien” parece mesmo magnífico. Há um contraste entre
as duas primeiras estrofes. As duas figuras históricas são mostradas em
momentos discordantes. Júlio César está aliviado porque chegou a hora da
definição de seu futuro. Dependendo do resultado da batalha, sua vida
tomará um rumo ou outro. Terminará a incerteza. Mas ele tem — só pode
ter tido — esperança de derrotar Pompeu. Para Carlos I, a única
esperança possível é comportar-se com coragem diante da decapitação
iminente. Ambos sentem alívio, mas suas perspectivas são diferentes.
As
duas primeiras estrofes, de tom ligeiramente distinto, preparam-nos
para a terceira: no cotidiano, estamos ainda no mesmo plano de César,
com expectativas de algum êxito possível. Um dia, porém, estaremos, como
Carlos I, diante do inelutável.
Júlio
César, cujo assassinato é objeto de outro poema em Los Conjurados, é
personagem recorrente em Borges. O mesmo acontece, embora em grau menor,
com o rei Carlos I da Inglaterra. Mais especificamente, é a sua
decapitação que é tema frequente na obra do autor argentino. A morte do
rei mereceu inclusive um poema próprio, “Una mañana de 1649”, publicado
na coleção El otro, el mismo, de 1964.
Em
“Tríada”, vemos César prestes a enfrentar, no campo de batalha, seu
ex-genro e rival, Pompeu. Ele não podia ter certeza de que ia ganhar a
batalha. Escreve, nos seus Comentários sobre a Guerra Civil, que sua
infantaria era de 22 mil soldados, enquanto a de Pompeu era de 45 mil. A
cavalaria na tropa de Júlio César não passava de mil homens, e havia
sete mil na de Pompeu.
O
que Borges mostra é o alívio de César de ter chegado por fim o dia da
decisão sobre a quem ficaria aberto o caminho para governar Roma
sozinho. Sabemos que César ganhou a batalha de Farsália; Pompeu fugiu,
refugiou-se no Egito e lá foi morto a mando dos ministros do faraó
adolescente Ptolomeu XIII, irmão e provavelmente marido de Cleópatra
VII. César chegou a perseguir Pompeu até o Egito e envolveu-se nas
disputas fratricidas da família real.
Ao
escolher a figura de César para a primeira estrofe, Borges recorre ao
personagem histórico mais célebre possível, sobre o qual seus leitores
terão já uma imagem. Essa imagem é a de um grande chefe militar, com
vocação ditatorial, portanto poderoso, mas sobre quem há também uma aura
romântica, pelo que conhecemos de sua relação com a rainha do Egito.
Os
leitores de Borges sabem como César terminou: esfaqueado por senadores
romanos, ele morreu, nos diz Plutarco, aos pés de uma estátua de Pompeu,
“que ficou toda ensanguentada”. O fato de haver por perto uma estátua
do rival derrotado por César na planície de Farsália não deve nos
surpreender, já que a sala onde o assassinato foi cometido pertencia a
um complexo arquitetônico mandado edificar por Pompeu. Assim, o leitor
do poema de Borges sabe que César saiu vitorioso em Farsália, mas sabe
também que sua vida terminaria de maneira dramática, o que aperfeiçoaria
aliás a construção de seu mito.
Na
verdade, entre a batalha de Farsália e os Idos de Março transcorreram
apenas quatro anos. Como se trata de César, foram quatro anos de grande
intensidade, em que houve mais vitórias militares, acréscimo de poder, e
o romance com Cleópatra. Em sua história da Roma antiga, Lucien
Jerphagnon explica: “la portée symbolique de Pharsale, jour de deuil
pour les uns, jour de gloire pour les autres, marquera longtemps la
mémoire des siècles”. Dia de luto para uns, dia de glória para outros,
que ficará por muitos séculos na memória coletiva.
Ao
descrever a batalha em Comentários sobre a Guerra Civil, o próprio
César inaugurou uma tradição literária. Seria impossível listar todos os
autores que escreveram sobre Farsália, mas deve-se citar Lucano,
Plutarco e Corneille, cuja peça La Mort de Pompée inicia-se com uma fala
de Ptolomeu XIII, em seu palácio em Alexandria, em que faz referência à
batalha. Menciono Corneille propositalmente, com um certo prazer,
porque Alberto Manguel nos diz que Borges “não admirava” o dramaturgo
francês, mas que, um dia, andando os dois juntos pela Calle Florida em
Buenos Aires, o autor de El Aleph de repente parou e declamou um verso
de Le Cid: “Cette obscure clarté qui tombe des étoiles”. A cena deve ter
sido bonita de ver.
Ao
longo da vida, li e reli Le Cid muitas vezes e assisti a diferentes
produções da peça. No entanto, esse verso nunca chamou minha atenção.
Visualizar Borges declamando-o repentinamente na Calle Florida ajuda a
desvendar toda a sua beleza. Graças a ele, que nem admirava Corneille, e
por intermédio do curto livro de Alberto Manguel, pela primeira vez
palavras que eu deveria conhecer bem entraram em minha consciência.
Quando abrimos uma obra, nunca sabemos o que lá encontraremos que mudará
nossa percepção das coisas, que nos revelará algo que a rigor já
conhecemos.
Não
há dúvida de que, apesar de seu assassinato, César inspira um mito
baseado na percepção popular de sua vida como excepcionalmente exitosa.
Bem diferente é o caso de Carlos I. Rei incapaz, perdeu a guerra civil
contra o Parlamento, foi aprisionado, julgado e executado em janeiro de
1649. A memória que deixou é de fracasso.
Carlos,
contudo, se beneficia postumamente da reputação trágica de sua família,
os Stuart, certamente a dinastia mais infeliz da história europeia. Era
neto de outra célebre decapitada, Maria Stuart. Seu filho mais velho,
Carlos II, conseguiria voltar ao trono, mas seria sucedido pelo irmão,
Jaime II, outro incapaz, que o perderia. O filho e os netos de Jaime II,
inclusive o famoso Bonnie Prince Charlie, viveriam no exílio, na França
e na Itália, sempre em tentativas malogradas de recuperar o trono. Reis
sem coroa, confirmariam a fama trágica e romântica da família.
Carlos
I foi um importante colecionador e patrono das artes e essa faceta de
sua personalidade de certa forma redime suas falhas como rei. De resto,
ele usava a arte como ferramenta para tentar consolidar uma visão
gloriosa de si mesmo. Como inúmeras vezes já notei, pintores,
escritores, músicos ajudam a perenizar uma imagem glamurosa ou admirável
de governantes frequentemente medíocres. Assim, quadros da fase inglesa
de Antoon van Dyck eternizam uma imagem do rei decapitado e de sua
mulher e seus filhos como belos, profundos, majestáticos.
É
praxe mostrar em filmes ou séries passados em castelos no campo inglês
pinturas que evocam a família ou a corte de Carlos I, pois esses são
retratos facilmente identificáveis na percepção popular, a ilustrar uma
visão idealizada da realeza e da nobreza. É o caso, por exemplo, da
série Downton Abbey. Na sala de jantar do imaginário Conde de Grantham
aparece cópia de uma tela bem real e celebrada pintada por Van Dyck, um
retrato do rei a cavalo, sob um arco, acompanhado de seu mestre de
equitação. A réplica, possivelmente da mão do próprio Van Dyck, pertence
ao Conde de Carnarvon, dono da propriedade rural usada como cenário
para a série. Ao ver essa tela pendurada na sala de jantar do “Conde de
Grantham”, o público compreende desde logo a imponência da família cuja
história vai acompanhar.
O
talento do artista flamengo fez do futuro decapitado, para a
posteridade, um dos símbolos de como deve apresentar-se um monarca. A
presença do rei medíocre, como pintado por Van Dyck, ironicamente
engrandece o ambiente. O historiador Jerry Brotton inicia seu livro The
Sale of the King’s Goods: Charles I & His Art Collection, de 2006,
justamente analisando a versão original desse retrato pintado por Van
Dyck, conhecido como Carlos I com M. de St Antoine, sendo Saint-Antoine o
instrutor de equitação do rei. Na primeira página, o historiador nota
que, ao contrário da vida real, a obra mostra Carlos como “the
resplendent monarch, surrounded by the trappings of power and authority,
mastering his horse as imperiously as he managed his kingdom”.
A
coleção de Carlos I foi desfeita após sua execução. Colocou-se à venda,
ao longo de quatro anos, cerca de 1.570 obras de arte. É essa a razão
pela qual muitos quadros que pertenceram ao rei podem ser vistos hoje em
museus na Europa e nos Estados Unidos. Com a restauração ao trono de
Carlos II, a Coroa conseguiu porém recuperar várias das obras vendidas. O
retrato original do rei a cavalo sob o arco fica exposto no castelo de
Windsor.
O
Carlos I que Borges mostra não é o rei fracassado, incompetente, ou
mesmo trágico ou majestático, mas um jogador conformado com o resultado
final do jogo. Em seu livro Kings & Connoisseurs, de 1995, em que
estuda, entre outras, a coleção de Carlos I, Jonathan Brown nos diz que o
rei fez face à morte “with remarkable serenity and dignity”. Na elite
europeia do século XVII, saber morrer redimia todas as falhas ou os
pecados de uma vida.
O
Carlos I de Borges é um homem que, ao saber que vai morrer naquele
mesmo dia, se vê, talvez como todo nós quando chegue essa hora,
“liberado de la necesidad de la mentira”, segundo o poema “Una mañana de
1649”. Vê-se liberado do peso de ser alguém. Carlos I é apeado de um
poder ilusório; César está prestes a chegar ao ápice do poder, que não
será necessariamente mais real. Em “Tríada”, a atitude dos dois, no
fundo, é a mesma: finalmente, chegou o momento decisivo.
Borges
já havia, anteriormente, colocado Júlio César e Carlos I no mesmo
poema, “Las causas”, presente na coleção Historia de la noche, de 1977.
Os últimos versos dizem:
Se precisaron todas esas causaspara que nuestras manos se encontraran
Os
versos anteriores enumeram as “causas” que, cumulativamente, geram o
efeito mencionado no final do poema, o encontro de duas pessoas que se
amam. As causas pretéritas que se acumulam podem ser de ordem filosófica
(“Chuang-Tzu y la mariposa que lo sueña”) ou literária e mitológica
(“El infinito lienzo de Penélope”) ou simplesmente da realidade do
cotidiano (“Cada gota de agua en la clepsidra”). Mas podem pertencer
também ao terreno da História. O que de fato aconteceu, no passado,
afeta nossa vida. Duas dessas causas históricas que tornam possível,
hoje, o amor entre as duas pessoas no poema são “César en la mañana de
Farsalia” e “El rey ajusticiado por el hacha”.
Voltando
a “Tríada”, pensei longamente, em torno do verso “Hoy es el día del
patíbulo, del coraje y del hacha”, sobre a ordem em que são colocados os
três elementos. De início, julguei que a ordem correta deveria ser
patíbulo, machado e coragem. O rei verá o patíbulo primeiro, depois o
machado, e precisará de coragem para enfrentá-los. Depois, pensei em
outra ordem possível: coragem, patíbulo e machado. O rei decide que será
corajoso no momento de subir ao patíbulo para enfrentar o golpe do
machado na nuca. Finalmente, acabei aceitando a ordem escolhida por
Borges, que possui o ritmo certo. As três palavras vão se tornando
menores enquanto lemos o verso. A palavra final, “hacha”, deixa no ar
uma terrível vibração.
Ao
chegarmos à última estrofe, em vez de sentirmos pessimismo por sermos
lembrados de que um dia morreremos, ficamos consolados. Aprendemos que,
como para Carlos I, a morte nos libertará “do triste hábito de ser
alguém” e tirará de nós o peso do universo.
Uma palestra de Borges
Ary
Quintella, diplomata de carreira, é atualmente Embaixador na Malásia.
Publica seus ensaios e crônicas na página aryquintella.com.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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