Para Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a situação exige ações mais firmes do governo.
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A primeira morte por varíola dos macacos no Brasil, confirmada ontem, mobilizou a comunidade científica que alerta para a subnotificação e riscos da doença.
Para Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a situação exige ações mais firmes do governo.
"No Brasil já tem mil casos, uma morte, e estamos vendo só a ponta do iceberg, mas não há uma política assertiva. As pessoas que estão mais em risco são os homens que fazem sexo com homens, há uma transmissão sustentada nesse grupo, por isso a orientação de diminuir número de parceiros e evitar sexo com desconhecidos, mas é preciso lembrar que é uma doença global, já temos casos de grávida, crianças, ou seja, vai se democratizar e para não acontecer com mais óbitos precisamos de mais planejamento."
Para o infectologista, essa morte mostra que a doença oferece risco — embora esse tenha sido o sexto caso de óbito neste surto atual e o primeiro fora do continente africano.
"Isso aumenta a preocupação da comunidade cientifica em relação à possível gravidade dessa doença, principalmente em imunossuprimidos, que podem desenvolver casos mais graves. Aqui, a população imunossuprimida chega a 1%, o que representa, 2 a 3 milhões de pessoas. O potencial de complicações é grande e o custo da monkeypox pode ser muito alto."
O infectologista afirma que, segundo um estudo publicado nos últimos dias, de 30% a 50% das infecções estão acontecendo em pessoas que vivem com HIV/Aids.
Fonte: Agência O Globo
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