Golpes usando sistema PIX se espalham pelo país
JORNAL A REGIÃO
onde são feitos usando aplicativos, redes sociais e celulares. Os golpistas tentam ludibriar as pessoas pedindo doações ou fingindo ter realizado pagamentos. Foi o que aconteceu com a empresária Fabiana Luza, proprietária de uma lanchonete no Guará, no Distrito Federal.
Ela levou golpe de uma cliente que fingiu fazer o pagamento pelo Pix. “Essa pessoa dá vários golpes em diversos comerciantes aqui do Guará. Ela compra, pede para entregar, pede para subir, recebe sem mostrar muito o rosto e fala que já fez o Pix e manda o comprovante".
"Na verdade, o comprovante que ela manda não é o finalizado, ela coloca os dados e o valor, tira um print, recorta e manda aquilo como comprovante do Pix.” A empresária conta que caiu nesse golpe duas vezes e perdeu mais de R$ 100.
Chegou a procurar a golpista para fazer a cobrança e foi bloqueada no aplicativo de mensagens, mas registrou boletim de ocorrência e fez o alerta para outros comerciantes nas redes sociais. Após a postagem, outros 10 pequenos empresários do ramo procuraram a polícia.
Como evitar o golpe?
Para evitar o golpe do Pix, a advogada Jéssica Marques explica os procedimentos necessários para que o roubo não seja concretizado. “É importante que a pessoa verifique de onde vem a ligação ou a mensagem, verifique se os dados do Pix são os mesmos dados da pessoa que o está abordando".
"Também deve verificar o extrato bancário e a natureza da transferência, ou seja, se foi um Pix na modalidade TED, ou na modalidade por agendamento. Se foi um agendamento, espere o dinheiro cair na conta bancária, porque há possibilidade de se cancelar.”
Se mesmo assim o golpe for aplicado, a advogada orienta. “É importante que tire print das conversas, do comprovante de agendamento, do número de telefone e se resguarde com todas as provas que tiver para fazer o registro do boletim de ocorrência com a juntada de todas as provas".
"E nesses casos vai depender da forma da abordagem ou procedimento realizado. Nós podemos vislumbrar a ocorrência do crime de estelionato, que tem uma pena prevista de até cinco anos de reclusão”, explica a advogada.
O golpe da ajuda
Outro golpe recorrente que vem sendo aplicado por meio do Pix é de pessoas que se apropriam de fotos e informações referentes a animais de estimação que necessitam de ajuda para conseguir dinheiro. A funcionária pública Rangelma Almeida foi vítima desse golpe.
Ela resgatou uma gata que estava no estacionamento de uma concessionária, em Brasília, com ferimentos na cabeça, todas as patas queimadas e uma delas quebrada. Após o resgate, a gata foi levada ao veterinário e os custos relacionados aos cuidados chegaram a R$4 mil.
Como Rangelma ainda tinha gastos associados aos cuidados de outros animais resgatados, pediu ajuda a amigos e publicou fotos da gata nas redes sociais. Mas o que deveria se tornar uma boa ação, acabou se transformando em golpe.
Uma pessoa disposta a ajudar entrou em contato perguntando se era a tutora da gata, pois viu fotos do animal na internet com outras informações. Rangelma pesquisou e chegou à golpista, que usava as fotos da gata mais um comprovante fiscal com informações de outro bicho.
“Fui até a clínica veterinária identificada na nota e eles disseram que aquele gasto não tinha relação com o perfil que pedia ajuda. O que aconteceu é que a golpista fez uma montagem de dois casos distintos e passou a pedir ajuda. Até gravei um vídeo com o veterinário da gata", relata Rangelma.
Depois disso, Rangelma entrou em contato com a golpista, que informou ter adquirido a ajuda necessária, e foi bloqueada. Então um boletim de ocorrência foi registrado e a tutora da gata juntou um arquivo com mais de 80 páginas de provas sobre o caso.
Golpe do Pix agendado
Nos últimos dias tem circulado nas redes sociais o alerta de um novo golpe utilizando a opção de agendamento do Pix. Mas o Banco Central informou que as informações não passam de boatos, pois esse formato de transferência utilizando o sistema ainda não pode ser realizado.
O Pix agendado está previsto para se tornar obrigatório em todas as instituições financeiras a partir de 1º de setembro. Segundo mensagens compartilhadas na internet, correntistas estariam recebendo notificações de Pix agendado de um desconhecido.
Em seguida, o autor da mensagem entra em contato com o destinatário dizendo que a transferência foi feita por engano e pede a devolução do dinheiro. Logo após o golpista cancelaria o agendamento inicial, fazendo a vítima ficar no prejuízo.
De acordo com o BC, o recebedor de um Pix agendado só recebe a notificação quando o dinheiro cai na conta, não no momento do agendamento. Além disso, um agendamento pode ser cancelado a qualquer momento.
O Banco Central informou ainda que não existe a possibilidade de a vítima receber uma notificação de um dinheiro que não caiu na conta. O órgão ressalta que as notificações relativas ao Pix são recebidas apenas no aplicativo da instituição financeira, não SMS ou mensagens. Com Brasil 61.
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