MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 27 de junho de 2021

Convenção afasta presidente do partido Patriota e dificulta a filiação do presidente Bolsonaro

 


O presidente nacional do Patriotas, Adilson Barroso participou de evento em Teresina

Barroso pensou que era “dono” do partido e acabou afastado

Ingrid Soares
Correio Braziliense

A provável ida do presidente Jair Bolsonaro para o Patriota enfrenta mais um capítulo. Durante convenção realizada nesta quinta-feira (24/06), a maioria dos membros decidiu afastar por 90 dias o presidente nacional da sigla, Adilson Barroso. Parte da legenda alega que Barroso tem feito negociações individuais com Jair Bolsonaro, sem consultar os demais.

Nem Adilson Barroso nem o filho “01” do mandatário, o senador Flávio Bolsonaro, filiado recentemente, participaram da reunião. Quem assume o comando do partido é o vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende.

DIREITO DE DEFESA – Para ter validade, a decisão da convenção partidária precisa ser registrada em cartório, e Barroso terá amplo direito à defesa. O caso também deverá ser encaminhado ao conselho de ética da sigla para análise. O julgamento final ficará a cargo da executiva nacional.

A convenção foi convocada por Ovasco para esta quinta-feira. Adilson chegou a publicar uma anulação e convocou outra reunião para o dia 22, que não obteve quórum suficiente. Desde o início do imbróglio envolvendo a ida de Bolsonaro ao Patriota, houve quatro convenções.

Ao Correio, Jorcelino Braga, secretário-geral do Patriota, ressaltou que o afastamento de Adilson Barroso foi deliberado por quórum qualificado. “Entendemos que cumprimos tudo que a legislação exige. Já foi dado entrada no documento, agora é com o cartório. Desde o primeiro momento, nossa posição é que era preciso ter uma conversa da família Bolsonaro com todos os membros do conselho político, o que nunca aconteceu. As conversas e as condições tratadas ficaram restritas ao Adilson”, relatou.

IRREGULARIDADES – Entre as acusações contra o presidente afastado, ele relata irregularidades que teriam sido cometidas por Adilson Barroso. Ele cita mudança de senha no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP) do Patriota no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E a destituição e nomeação de delegados de forma irregular.

Adilson Barroso, por sua vez, relatou à reportagem ainda não ter recebido comunicado de afastamento e que não existem acusações válidas contra ele.

“Não recebi nada para direito de defesa, não fui comunicado de nada. É como se meia dúzia de pessoas de qualquer parte do Brasil fizesse uma reunião e falasse: ‘Olha aqui, eu vou tirar o prefeito daquela cidade e vou ser prefeito no lugar dele’. Não tem jeito. Não tem nenhuma acusação válida contra mim. Onde já se viu tirar alguém constituído pela maioria com direitos todos reservados?”, questionou.

FILIAÇÃO ADIADA – “É só um ato de desespero para assustar o presidente e algumas pessoas que querem vir para o partido. Mas tenho certeza que o PR está bem garantido pelos seus advogados e está por dentro que não tem meio nenhum de me afastarem ou a qualquer outra pessoa do partido”, acrescentou o presidente afastado.

Adilson Barroso comentou que o impasse deve adiar a filiação de Bolsonaro. “O presidente está ocupado, e eu estou ocupado também para poder vencer essas regras estatutárias. Mais uns 10 dias, máximo duas semanas, põe tudo no lugar e coloca cada rebelde no seu lugar”, emendou o dirigente partidário.

Adilson marcou uma nova convenção para o próximo sábado (26). “Vamos fazer convenção até fazer quorum e persuadi-los não no grito, mas no voto. Convenção até dar acordo o mais rápido possível dentro da convenção estatutária”, concluiu.

FLÁVIO BOLSONARO – No entanto, o Cartório do Primeiro Ofício de Notas do Distrito Federal, do Núcleo Bandeirante, emitiu uma nota devolutiva exigindo que Adilson preste maiores esclarecimentos sobre o quórum qualificado da convenção ocorrida em 31 de maio para que possa registrar o resultado da convenção do partido, a qual aprovou a entrada de Flávio Bolsonaro.

Em vista das eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro tem pressa em escolher a nova sigla para sua filiação. O mandatário está desde o final de 2019 sem um partido, quando deixou o PSL e anunciou a criação do Aliança pelo Brasil. Como a legenda fracassou em reunir a tempo assinaturas suficientes para se registrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro manteve conversas com outras siglas, como o PL, Republicanos, PTB, PRTB, PP e o próprio PSL, mas encontra dificuldades nas negociações para que aceitem seu controle sobre a legenda.

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