Por Eliezer Santos | Fotos: Roberto Viana/Arquivo/Bocão News
Encerrado o julgamento do impeachment,
que culminou no afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff
(PT), o deputado federal Cacá Leão (PP) admitiu que foi pressionado por
lideranças do Partido dos Trabalhadores a se posicionar de modo
favorável à petista na votação na Câmara dos Deputados para abertura do
processo de impedimento, mesmo a contragosto da determinação nacional do
PP.
Cacá Leão e Mário Negromonte Júnior se
abstiveram na votação emblemática no Plenário da Casa. “Sofri pressão do
PT, veio do diretório nacional. Nós erámos o único estado contrário a
determinação nacional do PP. Foi muito mais em respeito à aliança que
temos na Bahia”, disse em entrevista ao programa Se Liga Bocão, na
Itapoan FM, nesta terça-feira (6).
Mesmo discordando de aspectos jurídicos
do tema, Cacá Leão declarou que a presidente não reunia mais as
condições necessárias para conduzir a administração do país. “Foi criada
uma nova jurisprudência que pode a qualquer momento afastar prefeito,
governador se referindo ao mandato anterior, mas ela [Dilma] tinha
perdido a condição de governar”.
Apesar da “aliança” no tema do
impeachment, Cacá negou que votará com o PT na trincheira da oposição ao
governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Não farei oposição radical
ao governo porque isso atrapalha o país. Minha posição é de total
independência, vou votar o que for bom para o país”.
Cassação de Cunha
O pepista declarou que o próximo a deixar
os meandros do poder será o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
ex-presidente da Câmara, cuja margem de votos pela cassação do mandato
deve ultrapassar 400 deputados. “Ele está prejudicando o parlamento,
precisa se afastar. A figura dele está atrapalhando a credibilidade da
Casa, a gente não consegue votar nada. Acho que vão ser mais de 400
votos para afastar. É um sentimento de Casa. Quando você olha o
processo, não acho que ele tenha sido herói de impeachment nenhum. Ele
precisa liberar o Congresso para trabalhar e tratar na Justiça. Depois,
que ele se candidate e volte carregado pelo povo”.
Eleições municipais
Principal articulador da candidatura de
Claudio Silva a prefeito de Salvador, Cacá Leão disse que a estratégia
do governo estadual de pulverizar campanhas em Salvador “teve alguns
equívocos”.
A vinda da ex-presidente Dilma a Salvador
na próxima sexta-feira (9) para alavancar o percentual da candidata
Alice Portugal (PCdoB) nas pesquisas será, para Cacá Leão, um teste
importante da imagem da petista no estado. “Se aumentar vai mostrar que
ela ainda tem alguma moral na Bahia”.
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