Evento no Dia do Trabalho está em sua 27ª edição em Mato Grosso.
Participantes são contra medidas provisórias 664 e 665 e PL 4.330.
Trabalhadores saíram em passeata pelas ruas do Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. (Foto: Reprodução/ TVCA)
Representantes de 25 entidades entre sindicatos, igrejas e organizações
não-governamentais se reuniram nesta sexta-feira (1) na 27ª Romaria dos
Trabalhadores, na região do Cristo Rei, em Várzea Grande, região
metropolitana de Cuiabá. Com faixas, os trabalhadores participaram de
uma caminhada nas ruas do bairro para comemorar o Dia dos Trabalhadores,
os direitos conquistados ao longo da história e apresentar
reivindicações. Segundo a organização do evento, compareceram à caminha
aproximadamente 300 pessoas.Entre as principais reivindicações estão a reforma política, ampliação dos direitos trabalhistas e oposição à aprovação do projeto de lei 4.330, que propõe a regulamentação da terceirização no país. “Esse primeiro de maio tem uma importância porque estão em curso vários ataques aos direitos dos trabalhadores, como a proposta, que vem retirar direitos e precarizar a relação de trabalho e as medidas provisórias 664 e 665 que fazem o ajuste fiscal retirando direitos”, afirma João Dourado, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Mato Grosso.
As medidas provisórias 664 e 665 propõem ajustes no recebimento de benefícios como seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso, pensão por morte e auxílio-doença. O Governo Federal afirma que as mudanças promovidas pelas medidas propostas auxiliam o esforço do reequilíbrio fiscal e reduzirão o gasto obrigatório da União em 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano, correspondente a R$ 18 bilhões com base no PIB estimado para 2015. As duas medidas ainda estão em votação no Congresso Nacional e o Projeto de Lei 4.330 aguarda análise do Senado.
A PL 4330 também é o principal tema citado por Gilmar Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). Para ele, o projeto de lei vai acabar com todos os direitos conquistados pela classe trabalhadora desde o século XX. “A romaria é o momento de chamar a atenção da sociedade para que ela não 'baixe a guarda' e fique atenta, porque há muitos interessados em tirar os direitos da população”, afirma.
A bandeira da caminhada, para o padre Paulo César Moreira, da Comissão Pastoral da Terra, é a luta pelos direitos dos trabalhadores rurais e urbanos. Segundo ele, Mato Grosso tem um histórico muito grande de desrespeito aos direitos dos trabalhadores no campo, o que tem gerado conflitos no Estado. “Queremos juntar nosso povo, fortalecer para tentar minimizar o sofrimento e criar forças para lutar contra todo esse poder que está oprimindo nosso povo”, diz.
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