Fernando Canzian
Folha
“Quero que me esqueçam”, disse o general-presidente João Figueiredo (1918-1999) ao final de seu mandato, em 1985. Foi o último presidente militar do Brasil, regime contra o qual Dilma Rousseff lutou com a própria vida.
Neste 1º de Maio, a presidente vai se esconder. Pela primeira vez desde que assumiu, não falará em rede nacional de rádio e TV no Dia do Trabalho. “Não, não é isso [medo de panelaço]. A presidente vai dialogar com trabalhadores e trabalhadoras pelas redes sociais”, diz seu ministro da Comunicação Social. Como vai ser isso?
O Congresso está votando um dos projetos mais importantes da história do mercado de trabalho no Brasil. Algo que pode levar à massificação da terceirização e mudar o panorama do emprego.
O desemprego em março subiu a 6,2%, maior taxa desde 2011. E a renda média dos brasileiros sofreu o maior tombo em mais de uma década. Ganhávamos, em média, R$ 2.196 em fevereiro e caímos a R$ 2.134 em março.
A massa salarial (soma de todos os rendimentos pagos) acumula retração de 8% desde dezembro. Algo grave em um cenário de inflação descontrolada de 8,5% ao ano, que come os rendimentos mês a mês. Difícil não conhecer alguém hoje que não esteja em dificuldades ou que não tenha um conhecido demitido.
NADA A DIZER?
Dilma não tem nada a dizer? Quer que a esqueçam?
A presidente “terceirizou” completamente o comando da economia para um ministro liberal e ortodoxo que nada tem a ver com o que ela pensa ou fez em seu primeiro mandado. E se retirou, junto com o seu partido, da coordenação política, entregue o PMDB. Tudo sem maiores explicações.
Até a recente “agenda econômica positiva” não é a dela. As novas rodadas de concessões de serviços públicos de energia, ferrovias e portos devem reabilitar o modelo usado pela gestão FHC (1995-2002), de vender o serviço ao maior preço, e não a quem oferecer as menores tarifas. Tudo diferente do que Dilma quis em seu primeiro mandato.
É notável que agora a presidente só apareça em ambientes “controlados” e fechados, como inaugurações de fábricas e eventos palacianos. Em apenas quatro meses de seu segundo mandato, a presidente não pode falar na TV ou circular em público sem ser hostilizada.
Até do seu ponto de vista, talvez seja melhor mesmo esquecer dela.
Folha
“Quero que me esqueçam”, disse o general-presidente João Figueiredo (1918-1999) ao final de seu mandato, em 1985. Foi o último presidente militar do Brasil, regime contra o qual Dilma Rousseff lutou com a própria vida.
Neste 1º de Maio, a presidente vai se esconder. Pela primeira vez desde que assumiu, não falará em rede nacional de rádio e TV no Dia do Trabalho. “Não, não é isso [medo de panelaço]. A presidente vai dialogar com trabalhadores e trabalhadoras pelas redes sociais”, diz seu ministro da Comunicação Social. Como vai ser isso?
O Congresso está votando um dos projetos mais importantes da história do mercado de trabalho no Brasil. Algo que pode levar à massificação da terceirização e mudar o panorama do emprego.
O desemprego em março subiu a 6,2%, maior taxa desde 2011. E a renda média dos brasileiros sofreu o maior tombo em mais de uma década. Ganhávamos, em média, R$ 2.196 em fevereiro e caímos a R$ 2.134 em março.
A massa salarial (soma de todos os rendimentos pagos) acumula retração de 8% desde dezembro. Algo grave em um cenário de inflação descontrolada de 8,5% ao ano, que come os rendimentos mês a mês. Difícil não conhecer alguém hoje que não esteja em dificuldades ou que não tenha um conhecido demitido.
NADA A DIZER?
Dilma não tem nada a dizer? Quer que a esqueçam?
A presidente “terceirizou” completamente o comando da economia para um ministro liberal e ortodoxo que nada tem a ver com o que ela pensa ou fez em seu primeiro mandado. E se retirou, junto com o seu partido, da coordenação política, entregue o PMDB. Tudo sem maiores explicações.
Até a recente “agenda econômica positiva” não é a dela. As novas rodadas de concessões de serviços públicos de energia, ferrovias e portos devem reabilitar o modelo usado pela gestão FHC (1995-2002), de vender o serviço ao maior preço, e não a quem oferecer as menores tarifas. Tudo diferente do que Dilma quis em seu primeiro mandato.
É notável que agora a presidente só apareça em ambientes “controlados” e fechados, como inaugurações de fábricas e eventos palacianos. Em apenas quatro meses de seu segundo mandato, a presidente não pode falar na TV ou circular em público sem ser hostilizada.
Até do seu ponto de vista, talvez seja melhor mesmo esquecer dela.
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