O suíço Joseph Blatter foi reeleito presidente da Fifa no 65º Congresso
da entidade, na manhã desta sexta-feira, em Zurique, na Suíça. Apesar do
escândalo de corrupção que abateu a entidade nesta semana e do
crescente apoio das federações a seu opositor, o príncipe da Jordânia
Ali Bin Al Hussein, Blatter foi declarado o vencedor após desistência do
oponente e alcançou seu quinto mandato consecutivo - está no cargo
desde 1998. No primeiro turno das votações, Blatter recebeu 133 votos,
contra 73 do príncipe Ali (três federações anularam o voto), mas como o
suíço não obteve dois terços dos votos, houve a necessidade de um
segundo turno. Já prevendo uma nova derrota, o candidato da Jordânia
pediu a palavra e desistiu da disputa. Esta foi a primeira vez que
Blatter teve um concorrente ao cargo. "Eu assumo a responsabilidade por
trazer a Fifa de volta. Estou convencido de que faremos isso. Sou um
homem persistente. Prometo a vocês que no fim do meu mandato darei a
Fifa ao meu sucessor em uma posição muito forte", afirmou Blatter assim
que sua vitória foi anunciada. O dirigente de 79 anos resistiu a uma
forte pressão para que deixasse o cargo. Apesar de não ter tido seu nome
envolvido na lista de denúncias do governo dos Estados Unidos - que
culminaram na prisão de sete dirigentes ligados à Fifa, incluindo o
brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF - Blatter perdeu o
apoio de diversas federações nos últimos dias. O francês Michel Platini,
presidente da Uefa, defendeu o cancelamento do pleito e chegou a pedir
pessoalmente ao amigo que renunciasse, para que a "reputação da Fifa não
fosse manchada". Em seu quinto mandato, ele presidirá a Fifa pelos
próximos cinco anos. Consciente de que a entidade fundada em 1904
atravessa a maior crise de sua história, Blatter se diz pronto para
recuperar a imagem da Fifa e evitar a fuga de patrocinadores - nesta
semana, os principais parceiros de Blatter ameaçaram quebrar os
milionários contratos com a organização. "Vamos mudar as coisas,
começando amanhã. Fifa não é somente o jogo, associações, mas jogadores,
clubes, ligas, árbitros. Prometo com toda minha energia, que entregarei
uma Fifa forte e bela, mas teremos de trabalhar duro. Tudo o que
fizemos e que faremos é baseado em confiança, respeito, em fair play e
espírito esportivo", prometeu Blatter em seu discurso antes de ser
confirmado como presidente novamente. "Assumo a responsabilidade de
consertar a Fifa. Para que no fim possa entregar uma Fifa sólida, que
emergiu da tempestade", completou o dirigente, que chegou à Fifa em 1975
como diretor técnico. Com a ausência do presidente Marco Polo Del Nero,
que sumiu de Zurique e retornou ao Brasil, a CBF foi representada por
Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense de Futebol. O Congresso
da Fifa teve momentos bastante tumultuados: além da invasão de
manifestantes pró-Palestina, que exigiam a exclusão da federação de
Israel, houve uma ameaça de bomba, que logo foi descartada pela polícia
local após uma varredura. Representantes das federações palestina e
israelense discutiram antes da votação que manteve Israel no quadro de
países filiados à Fifa. "O futebol deve ser uma ponte para a paz.
Deixemos a política para os políticos", pediu Blatter. (Veja)
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