Depois de quase quatro horas de reunião, o governo, os
caminhoneiros e embarcadores não chegaram a um acordo quanto a adoção de
uma tabela com preços mínimos para o frete do transporte rodoviário de
cargas no país. Um novo encontro foi marcado para o dia 22 de abril.
Esta foi a segunda reunião entre o governo e representantes do setor
para discutir o assunto. O ministro dos Transportes, Antônio Carlos
Rodrigues, explicou que o ponto principal da discussão é a criação de
uma tabela de referência para o preço do frete, mas que é preciso
verificar ainda se a questão é constitucional. “A proposta é um
tabelamento, que vamos ver se para em pé juridicamente. Tem pareceres
contra e pareceres a favor. Pedimos prazo para analisar até o dia 22”,
disse. O representante do Sindicato dos Transportadores de Carga de Ijuí
(RS), Carlos Alberto Litti Dahmer, afirmou que se não houver uma
proposta satisfatória do governo em relação ao preço mínimo do frete na
próxima reunião, no dia seguinte (23 de abril) haverá uma nova
paralisação de caminhoneiros no país. “Inconstitucional é a fome, é não
conseguir pagar seus compromissos, é não dar sustento para a sua
família”. O diretor da Associação Nacional de Transportadores do
Agronegócio (ATR Brasil), Valmir Brustolin, disse que existe um embate
entre o governo, os caminhoneiros e os embarcadores, que são os
contratantes do frete, sobre o estabelecimento da tabela. “Os
embarcadores entendem que é inconstitucional a aplicação de uma tabela,
mas os transportadores dizem que sem a aplicação de uma tabela de
referência, esse mercado tende a tomar muito prejuízo porque a
referencia de frete hoje é muito difícil por causa do aumento de
combustível e outros custos” Apesar de não estar na pauta do governo, a
retirada do aumento do PIS e da Cofins sobre o óleo diesel continuará a
ser discutida no Congresso Nacional, segundo o deputado federal Valdir
Colatto (PMDB-SC), que participou da reunião. De acordo com o
parlamentar, a isenção dos R$ 0,22 por litro de diesel vai representar
um alívio para os caminhoneiros. “Não vamos abrir mão disso”, ressaltou.
Também participaram do encontro, o ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Miguel Rossetto, o diretor-geral da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, deputados, senadores e
representantes de entidades sindicais de classe.POLITICA LIVRE
Sabrina Craide, Agência Brasil
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