É! Mas quem está no poder é o PT. Nesse caso, é pior. E o partido está fazendo tudo errado
Pois
é… Segundo o Datafolha, e acredito que os números possam estar, quando
menos, próximos da realidade, Dilma Rousseff, do PT, e Marina Silva, da
Rede (mas aboletada no PSB), tem 34% das intenções de voto no primeiro
turno. Aécio Neves, do PSDB, aparece em terceiro lugar, com 15%. Nas
simulações de segundo turno, a ex-senadora e ex-petista vence a
presidente por 50% a 40%. A diferença entre Dilma e Aécio segue de oito
pontos apenas: 47% a 39% em favor de Dilma há duas semanas; 48% a 40%
agora.
Vejam que
coisa: nem nos melhores sonhos do PSDB, imaginava-se que Aécio pudesse
ter, a esta altura, no segundo turno, apenas 8 pontos de diferença em
relação a Dilma. Chamo a atenção para esse aspecto por dois motivos:
- oito pontos de diferença, numa disputa binária, entre A e B, podem ser apenas quatro;
- oito pontos de diferença, apesar da máquina oficial e da demonização permanente dos tucanos, seriam uma verdadeira bênção.
- oito pontos de diferença, numa disputa binária, entre A e B, podem ser apenas quatro;
- oito pontos de diferença, apesar da máquina oficial e da demonização permanente dos tucanos, seriam uma verdadeira bênção.
Ocorre que
existe um primeiro turno no caminho, tanto quanto existia uma pedra à
frente do mineiro Carlos Drummond de Andrade. E é evidente que a
situação é muito difícil.
Marina se
tornou a caudatária dos votos que já tinha — no último Datafolha em que
seu nome apareceu, antes da definição do nome de Eduardo Campos, tinha
27% —, da comoção gerada pela morte de Eduardo Campos e da crescente
repulsa ao governo Dilma, que, parece-me, é superior ao que captam as
pesquisas.
Há um
enfaro óbvio com “tudo isso o que está aí”. Em primeiro lugar,
rejeita-se é o petismo mesmo, com todas as suas fraudes contra os fatos e
contra o óbvio. Em segundo lugar, mas não menos importante, temos a
rejeição à política.
Há,
acrescente-se, a estupidez petista e o desastre da ideia fixa. O petismo
está preparado para enfrentar os tucanos; para satanizá-los; para
desqualificá-los; para transformá-los na morada de todo o mal. Mas não
tem repertório para enfrentar Marina Silva. A cada vez que Dilma
Rousseff ataca o PSDB e FHC, o que faz é reforçar a discurso de Marina
Silva. É de tal sorte estúpido que, nos dias atuais, o PT se dedique a
atacar Aécio e o PSDB que me pergunto se essa gente continua com seus
meridianos ajustados.
Os idiotas
da objetividade do PT podem achar que enfrentar uma Marina no segundo
turno pode ser melhor do que enfrentar um Aécio porque, afinal, ela terá
menos estrutura e menos aliados. É só manifestação de ignorância.
Deveriam se lembrar da fala de Walker, do filme “Queimada”, de Gillo
Pontecorvo: fogo não atravessa o mar, mas ideias, sim. Marina encarna
uma abstração, um valor, não uma proposta objetiva de mudança. E isso
quer dizer que seu poder de contaminação é muito maior.
Mas os
petistas são reféns de suas ideias fixas, de suas taras. Se não mudarem o
rumo da prosa, Dilma, reitero, pode começar a fazer as malas. O mais
impressionante: o PT não perderá, nesse caso, a eleição para as
propostas objetivas do PSDB, mas para as ideias etéreas de Marina, que
atravessam mares. Ainda que não tenham a menor importância.
O Datafolha é ruim para Aécio? É. Mas quem está no poder é o PT. Nesse caso, é pior! E o partido está fazendo tudo errado!
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