Que venham então os
generais, e marchem conosco.
"Venham, enriqueçam
nossa manifestação com sua presença. Junto de vocês faremos um inesquecível
desfile cívico no centro do Rio, ou em São Paulo ..."
O mês de março traz
consigo lembranças interessantes. Para alguns, boas, para outros ruins. Para os
mais jovens apenas um tipo de semi-lembranças, imagens mentais construídas pela
mídia, um mosaico composto de fotografias em preto e branco e textos com
linguagem rebuscada, alguns ininteligíveis, que versam sobre coisas de um
passado longínquo.
Quem se preocupou em
estudar detalhadamente esse passado, com isenção, sem a "ajuda" de um professor
politicamente correto, pôde entender o obvio. O mundo esteve completamente
mergulhado na guerra fria, o bloco comunista tentava desesperadamente cooptar
adeptos para a imposição em nível mundial de sua utopia pseudocientífica. Por
sua vez, os Estados Unidos apoiavam aqueles que se posicionavam pela liberdade,
contra o comunismo. Ainda que nos anos sessenta os EUA não tenham intervido
diretamente no Brasil por conta da independência e habilidade de nossos
militares, se houvessem feito isso, seria algo completamente plausível. Eram
dois blocos gigantescos em um embate filosófico-econômico diuturno.
Diversos estudantes
nos procuram no afã de entender por que se defende tanto a doutrina que
massacrou milhões de pessoas, privou do direito de ir-e-vir outros milhões,
construiu muros em meio a grandes cidades, separando pais e filhos, e tem entre
seus ícones pessoas que defenderam abertamente uma revolução armada e
assassinaram seres humanos indefesos. Os verdadeiros vilões dessa história
agiram dessa forma justamente por saber que jamais conseguiriam convencer a
sociedade que o comunismo, chamado hoje também de socialismo, socialismo do sec.
XXI ou bolivarianismo, é a única opção plausível para tornar o planeta mais
pacífico, próspero e igualitário.
A marcha anti-fascista
que ocorreu no final de semana passado (22/03/2014) é uma ótima evidência da
ignorância de parcela significativa da juventude atual. Queimaram a bandeira do
Brasil! Marcharam mascarados! Agrediram pessoas! Sem saber, e talvez sem nunca
ter lido um livro inteiro, nada mais fizeram que expor de forma prática aquilo
que sua doutrina ensina. Lênin sempre disse que a "mentira e coisas piores" são
meios consentidos na luta de classes.
Nos opomos a ele por
acreditar que não deve existir luta de classes, somos todos seres humanos,
brasileiros. Amamos nossa bandeira por que representa a nação, pessoas,
instituições, unidos, buscando ordem e progresso.
Nos últimos meses
dezenas de textos de generais da reserva circularam pela internet, inundando os
principais sites que se dedicam à política e geopolítica, entre eles Revista
Sociedade Militar, Verdade Sufocada, Pesadelo de Qualquer político e até a
Revista Carta Capital. Esta última, mesmo tendo tendência esquerdista,
republicou textos de um general da reserva, citando como fonte a Revista
Sociedade Militar. Obviamente os textos construídos pelos oficiais são bons, bem
articulados e com ótima base histórica e cultural. Afinal, os militares
realmente entendem de Brasil, entendem a lógica dos acontecimentos e, mais do
que ninguém, poderiam ajudar o país a se desembaraçar do caos em que vivemos.
Vez por outra o próprio governo reconhece isso. Assim o fez quando nomeou para o
DNIT um general, quando deixou as obras de certo aeroporto a cargo do exército,
quando determina que as Forças Armadas intervenham na segurança da cidade do Rio
de Janeiro e quando, mais recentemente, nomeou um general como autoridade
olímpica.
Os militares da
reserva exultaram quando souberam que população pretendia ir às ruas exaltar a
Revolução de 1964. Alguns deles incentivaram as pessoas a comparecer aos
eventos. Um dos textos, amplamente divulgado, chegou a dizer que "todos
querem que os generais façam alguma coisa, mas poucos fazem o que está ao seu
alcance", e " as marchas da família são um bom começo para esta soma de
esforços".
A população deu
crédito aos ilustres articulistas, reconheceu como legítima a intervenção dos
militares junto com a sociedade, pela qual são estigmatizados. E foi às ruas,
fez o que estava ao seu alcance. As solicitações foram difusas, é verdade, mas
não poderia ser diferente em uma manifestação descentralizada, sem financiamento
e quase que totalmente combinada pelas redes sociais. Pediu-se urnas
convencionais, porque a sociedade não confia mais no governo e quer ter o
direito à recontagem de seus votos. Pediu-se afastamento da Presidente, porque
entendem que houve corrupção, engano e incompetência. Alguns, os mais
criticados, pediram uma intervenção militar, segundo estes, os militares
ocupando postos chave colocariam o "país na linha".
Àqueles "entendidos"
em povo fica a tarefa de traduzir a linguagem das ruas. Transforme-se as
palavras de ordem, faixas em cartazes em um só desejo, uma só solicitação com
possibilidade de sucesso. Isso é possível? Sim, é. E não se esqueçam que todos
estavam vestidos de verde e amarelo, não de vermelho.
Pois bem, a sociedade
que vai às ruas gostaria agora que os generais e demais militares da reserva
venham junto, que saiam de dentro dos clubes militares, de traz de suas
escrivaninhas e ajudem o povo a caminhar para o futuro que desejamos para nossos
filhos. Repetindo a frase de um de vocês, a farda não abafa o cidadão no
peito do soldado. Venham, endossem nossa manifestação com sua presença.
Junto de vocês faremos um inesquecível desfile cívico no centro do Rio, ou em
São Paulo, denunciando e exigindo providências racionais e práticas sobre as
questões que mais tem nos preocupado.
Contamos com
vocês.
A palavra convence, o
exemplo arrasta.
Robson A.D.Silva -
Revista Sociedade Militar
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