Amigos saíram da Argentina e vão até Porto Alegre passando pelo Uruguai.
Fãs de futebol, eles ainda não têm ingressos para os jogos do torneio.

Os três britânicos, que moram juntos na Austrália, começaram a percorrer, no início deste mês, um trajeto de quase 2 mil km a pé. Eles saíram no último dia 3 de Mendoza, na Argentina, e vão passar pelo Uruguai até chegar a Porto Alegre.

Arquivo pessoal/Walk to the World Cup)
Em algumas ocasiões, ficam em hotéis para poder tomar banho e lavar roupas. Eles postam informações e fotos sobre a viagem na página do Facebook Walk to the World Cup.
Adam, Pete e David contaram ao G1 que planejaram a viagem durante um ano, período em que também aproveitaram para economizar. “Somos muito fãs de futebol. Todos jogamos em times quando éramos mais novos e assistimos às partidas o máximo que podemos”, diz Pete.
“Argentina, Uruguai e Brasil são três dos países mais apaixonados por futebol no mundo. Achamos que [a viagem] é uma boa maneira de nos animarmos para essa que pode ser a maior Copa da nossa geração”, completa Adam.
Nenhum dos dois conhece a América do Sul. David já esteve por aqui há alguns anos, em uma viagem de mochilão em que dava aulas de inglês em troca de comida e hospedagem, e afirma que agora quer muito conhecer mais da costa do país. “Ouvi dizer que tem praias lindas”, diz.
Eles também estão arrecadando dinheiro para doar para a ONG J de V Arts Care Trust (as doações podem ser feitas neste link).
O objetivo é conseguir 20 mil libras (mais de R$ 76 mil) para construir um poço de água na Bahia. Até agora, atingiram um quarto da meta.
De Mendoza a Porto Alegre

Em Buenos Aires, outro amigo britânico deve se juntar à aventura – e eles dizem que estão abertos a receberem qualquer pessoa que queira acompanha-los no caminho.
O ponto final da caminhada é o Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. De lá, querem tentar ir para São Paulo na época da abertura da Copa e conhecer um projeto social em Curitiba. O restante do torneio eles ficarão no Rio de Janeiro e, depois do encerramento, pretendem ir para a Bahia.
Sem ingressos para os jogos

Segundo ele, até agora a viagem tem sido uma “montanha-russa de emoções”. “Os primeiros dias correram incrivelmente bem e encontramos muitas pessoas generosas”, diz.
Mas o grupo passou alguns momentos de apuro, como uma caminhada de 3 dias pelo deserto entre as cidades de La Paz e Desaguadero, onde tiveram que dormir em estações de trem abandonadas, foram ameaçados por dois touros e encontraram cobras, tarântulas e “os mosquitos mais famintos conhecidos pelo homem”, segundo descreve David.
Outro momento citado pelos três como “um dia infernal” foi quando se perderam entre as cidades de Justo Deract e Washington. Chovia torrencialmente, restava pouca água e comida e eles acabaram perdendo a estrada de vista. “Quando vimos estávamos no meio do campo. Andamos seguindo uma linha de trem por 5 km e a situação foi ficando insegura”, diz Pete.
David e Adam chegaram a ser eletrocutados pela cerca elétrica de uma fazenda, mas eles acabaram conseguindo voltar à estrada principal. Para não ter que caminhar 18 km no escuro até o próximo destino nem acampar com as tendas molhadas na estrada, abriram uma exceção na ideia de fazer toda a viagem a pé e pegaram carona. “Ficamos decepcionados de termos que ir de carro, mas estávamos em sérios apuros e tivemos que colocar a segurança em primeiro lugar”, diz Adam.
Mas ele emenda que a maior parte do tempo a viagem rendeu boas lembranças. Na cidade de Balde, por exemplo, jogaram bola com um time local que é considerado um exemplo bem-sucedido de como o esporte pode ajudar a melhorar.
“Encontramos o Teto, um homem incrível que fundou esse time para reduzir os índices de criminalidade e abuso de drogas na região. Em dez anos, o time já ganhou 79 troféus e tem mais de 60 jogadores”, diz Adam. Eles também foram convidados para comer um típico churrasco argentino na casa de Teto.
Pete lembra ainda o momento em que eles puderam ver a Cordilheira dos Andes, ao saírem de Mendoza. “A Argentina é um país muito bonito, e as pessoas têm sido generosas e prestativas”, afirma. .
Ele e David falam espanhol e Adam está aprendendo o idioma “devagar”. “Quando chegarmos ao Brasil confiamos em nossa mistura especial de espanhol, português básico e inglês lento”, brinca o britânico.
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